Cotação da soja patina com “desacordo” entre oferta e demanda

Relatório do USDA prevê oferta maior oferta mundial que o esperado pelo mercado

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Dólar mais baixo diminuem a competitividade das exportações brasileiras de commodities, como a soja. (foto - Portos do Paraná).

Dólar mais baixo diminuem a competitividade das exportações brasileiras de commodities, como a soja. (foto - Portos do Paraná).

15deMaiode2023ás11:10

O mercado da soja segue cauteloso nas negociações em um ambiente de final de colheita da safra 2022/2023, pressão baixista sobre os preços e desvalorização do dólar. Assim, a cotação da soja mantém-se próxima aos menores níveis dos últimos três anos.

Os preços da oleaginosa esboçaram uma recuperação nos primeiros dias de maio, mas voltaram a cair na semana passada, conservando uma valorização de apenas 1,38% no mês até a última sexta, a R$ 138,77 por saca de 60 quilos.

Vale lembrar que o grão já havia baixado 10,98% em abril e vem em somatória de queda ao menos desde novembro de 2022.  

Entre os motivos, estão a grande produtividade no país, a desvalorização do dólar e a perspectiva de boas safras também em outros países, além de preços “altos” desde o início da Guerra entre Ucrânia e Rússia e também pela quebra de safra na Argentina.

Na semana passada, o Brasil praticamente concluiu a colheita da safra de soja 2022/2023 com um resultado que deve chegar a 154,81 milhões de toneladas, 23,3% a mais que na temporada anterior.

Com preços mais baixos e grandes estoques, uma parcela dos agricultores tem preferência por fazer operação barter (troca de saca de soja por insumos e fertilizantes para a safra 2023/24).

Além disso, fica mais evidente a disparidade de preços esperados por vendedores e compradores, que tornam os negócios com a soja brasileira mais lentos tanto no mercado interno com em relação às exportações.