Setor leiteiro: produtividade cresceu 59% entre 2011 e 2020
Estudo da FIESP indica que consumo médio de lácteos pode crescer mais de 50% no país
|O rebanho de vacas ordenhadas no Brasil caiu quase 30%, de 23,2 milhões de cabeças para 16,2 milhões, mas a captação de leite aumentou 10%, de 32,1 bilhões para 35,4 bilhões de litros, entre 2010 e 2020.
A redução no número de animais e o incremento no volume de leite nas propriedades é resultado de uma maior produtividade, que saltou 59% no mesmo período. O dado é parte de minucioso estudo Agronegócio do Leite: Produção, Transformação e Oportunidades, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A partir do documento, o principal recado ao setor é: o caminho para continuar crescendo, não só em potencial de produtividade, mas em ecossistema, encontra-se na integração entre produtores pecuários do leite e indústria processadora (bem como a parceria de iniciativa pública e privada) e na constância de investimentos na tecnologia.
Segundo o IBGE, a indústria de laticínios é a terceira maior entre os ramos industriais alimentícios no País, com 13% do valor bruto da produção industrial, atrás apenas dos setores de abate e fabricação de produtos de carne (35%) e fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais (15%).
Ainda de acordo com o estudo da Fiesp, os produtores leiteiros no Brasil geraram R$ 56,5 bilhões em valor da produção agropecuária, com um crescimento real (deflacionado pelo IGP-DI de 2020 da FGV) de 17% em comparação aos R$ 48,4 bilhões de 2011.
“Se o Brasil aprimorar seu sistema de produção, poderemos atingir os níveis dos grandes players e traduzir esse crescimento em investimentos nas áreas de nutrição, saúde e mecanização da produção pecuária”, acredita Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento de Agronegócio da Fiesp.