Rússia promete comércio de fertilizantes ao Brasil
Vladimir Putin conversou por telefone com Jair Bolsonaro e garantiu fornecimento ininterrupto ao setor agrícola brasileiro
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu nesta segunda-feira (dia 27), em conversa telefônica com Jair Bolsonaro, o fornecimento ininterrupto de fertilizantes para o setor agrícola brasileiro.
Em comunicado após a ligação, o governo russo informou que acompanha os problemas relacionados a segurança alimentar mundial e que, no diálogo com Bolsonaro, Putin fez uma "avaliação das causas da difícil situação no mercado mundial de produtos agrícolas e fertilizantes".
Ainda segundo o governo russo, Putin enfatizou a importância de restaurar a arquitetura do livre comércio de produtos alimentícios e fertilizantes que foi destruída pelas sanções ocidentais.
E salientou que a Rússia está empenhada em cumprir suas obrigações de garantir o fornecimento ininterrupto de fertilizantes russos aos agricultores brasileiros.
O presidente brasileiro, durante evento no Palácio do Planalto, confirmou a conversa com o líder russo, ressaltando que a questão da produção de alimentos e da segurança energética foram os principais assuntos discutidos entre ambos.
Importações de fertilizantes
Desde o início da guerra, o Brasil busca alternativas para garantir importações dos fertilizantes, especialmente nitrogênio, fósforo e potássio, que são largamente usados pelo setor agrícola no país.
Responsável por consumir 8% de toda a produção mundial de fertilizantes, avaliada em 55 milhões de toneladas, o país importa 85% do insumo usado pelo agronegócio, principalmente da Rússia, que vem sofrendo forte embargo econômico promovido pelos Estados Unidos, países da Europa ocidental e Japão, por causa da invasão militar na Ucrânia.
Ontem, balanço da Secretaria de Comércio de Relações Internacionais com dados de maio apontou que as importações brasileiras de fertilizantes subiram em 56,7%, na comparação com o mesmo período de 2021, passando de 2,6 milhões de toneladas para 4,07 milhões de toneladas.
Já a alta no preço foi de 277,8% (US$ 3,11 bilhões), também na comparação com maio de 2021. A Rússia segue como líder de fornecimento ao Brasil, respondendo em maio por 28,4% do total adquirido.