Paraná quer retomar produção de búfalos
Produtores destacam vantagens na criação, principalmente no mercado de lácteos
|Produtor Luiz Carlos Chimin é defensor da criação dos búfalos. (fotos - Sistema CNA/Senar)
O pecuarista Luiz Carlos Chimin Claudino é o orgulhoso dono de um rebanho de búfalos, em Morretes, no Litoral do Paraná.
São 100 matrizes – das quais 30 estão em lactação – e três touros da raça Murrah e puros de origem, com certificação na Associação Brasileira dos Criadores de Búfalo (ABCB).
Chimin é exemplo na contramão de um movimento de redução na criação da espécie no Estado.
Uma vez que, nos últimos 20 anos, o rebanho paranaense encolheu em um terço, para 35,4 mil cabeças, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), após dados do IBGE de 2020.
“Diferentemente do que se pensa, o búfalo é um animal dócil, amigável e fácil de trabalhar. Há um movimento de se voltar a apostar nos búfalos em todo o Brasil”, diz Chimin, para quem a valorização dos derivados de leite de búfala abre boas perspectivas para o retorno da atividade.
Com negócio hoje voltado à produção de matrizes e reprodutores, que são vendidos a criadores do interior do Paraná e de São Paulo, o pecuarista revela que sua intenção é entrar de vez no mercado de lácteos.
“O queijo muçarela de búfala é um produto bastante valorizado. Com a queijaria regularizada, temos condições de produzir 15 toneladas de queijos por ano. Mercado há, pois o Paraná só consome muçarela de búfala que vem de São Paulo, por falta de escala local”, aponta.
“Chegamos (no estado do Paraná) a ter 72 fazendas com criação de búfalos [no Litoral]. Hoje, não deve ter dez. Tinha uma usina de leite e uma queijaria, que foram fechadas. Isso desanimou o pessoal, porque não tem para quem vender o leite. O desafio é reestruturar”, diz o pecuarista Luiz Chimin.
Ele conta que já mantém uma sala de ordenha mecânica e, em anexo, construiu uma queijaria, de olho na fabricação de queijo frescal e muçarela.