Mudança climática já impacta cinturão agrícola da Grande São Paulo
Estudo da FGV revela aumento de temperatura média e eventos extremos na Região do Alto Tietê
|Quantidade de dias sem chuva por ano aumentou de 13 a 20 dias desde 1985. (foto - CNA)
Os produtores de hortaliças da região do Alto Tietê, o cinturão agrícola que abastece a Grande São Paulo e outras regiões do estado, já sofrem impactos em suas atividades por conta das mudanças climáticas.
A região constitui um dos principais polos de produção de legumes, verduras e outras hortaliças do país, mas a produtividade, contudo, está ameaçada em função das alterações de padrões meteorológicos.
Além de colocar o cultivo e o abastecimento de alimentos em risco, esse cenário também tem potencial para afetar negativamente o sustento de centenas de produtores, que têm a atividade agrícola como sua principal ou única fonte de renda.
O cinturão agrícola do Alto Tiete conta, principalmente, com pequenos agricultores na atividade e são justamente eles os mais afetados por eventos extremos de seca e cheia, além do aumento médio das temperaturas.
Esse é uma das conclusões do estudo “Adaptação às mudanças climáticas pela agricultura familiar no Cinturão Verde de São Paulo”, realizado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), com recursos da Citi Foundation e a parceria do Citi.
O documento integra o projeto Cinturão + Verde, cujo objetivo é promover a adaptação às mudanças do clima entre agricultores familiares da região do Cinturão Verde de São Paulo.
Realizado ao longo de 13 meses, o projeto piloto se concentrou na sub-bacia Cabeceiras, inserida na Bacia Hidrográfica Alto Tietê, que compreende 10 municípios, sendo eles: Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Guarulhos e São Paulo.
Principais resultados
Os pesquisadores fizeram uma análise de risco climático considerando três dimensões: vulnerabilidade, exposição e ameaça climática (leia mais sobre a metodologia abaixo).
Em relação à “ameaça climática”, o levantamento confirmou o aumento da frequência de eventos extremos, fenômenos observados e relatados pelos agricultores familiares que participaram do projeto piloto.