Cotação do trigo no Brasil descolou do mercado internacional
Apesar da alta na Bolsa de Chicago, cereal acumula duas semanas de baixas no Brasil
|Produção de trigo no Brasil terá mais área nesta temporada mas pode ficar inferior ao recorde registrado em 2022. (foto - CNA)
A cotação do trigo registrou baixas praticamente consecutivas nos últimos 15 dias e fechou ontem a patamares 9,2% mais baixos (R$ 1438,83 por tonelada) em relação ao dia 24 de abril.
A variação ainda é resultado da safra recorde obtida no Brasil, que acabou “descolando” as variações de preço do cereal no mercado interno brasileiro do resto do mundo. Prova disso é a alta registrada na semana passada na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
Contudo, alguns fatores podem reverter a tendência baixista nos próximos dias, como por exemplo, a expectativa de uma colheita menor no Brasil para a próxima temporada, as incertezas no Mar Negro e também sobre a safra americana.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a área de trigo no Brasil deve aumentar 7% em 2023, para 3,3 milhões de hectares, puxada especialmente pelo crescimento de 12,5% previsto para o Paraná.
No entanto, a produção nacional pode ficar inferior (9,6 milhões de toneladas) ao recorde registrado em 2022, devido à possibilidade de menor produtividade na nova safra.