Até 70% das ervas daninhas têm resistência a herbicidas, diz Embrapa
Pesquisa foi realizada no Mato Grosso sobre três espécies de alto impacto econômico
|Em Mato Grosso, foram priorizadas as espécies capim pé-de-galinha, capim-amargoso e buva. (foto - Embrapa)
Uma pesquisa da Embrapa indicou que até 70% de três tipos diferentes de ervas daninhas de alto impacto econômico no Mato Grosso apresentam resistência a herbicidas químicos.
O trabalho, realizado em conjunto com a Bayer, é parte de um esforço nacional reunindo uma grande equipe de especialistas em todo o País a fim de alertar produtores para alternar estratégias de controle de ervas daninhas.
“Ao verem que há resistência em sua região, eles podem planejar as estratégias de controle, seja com a rotação de moléculas e de mecanismos de ação, com uso de herbicidas pré-emergentes, por exemplo, ou ainda com o manejo cultural usando plantas de cobertura”, explica a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril Fernanda Ikeda.
As coletas de sementes em Mato Grosso se concentraram em 2018, 2019 e 2021. Três espécies de ervas daninhas com maior impacto econômico no estado foram priorizadas: capim pé-de-galinha (Eleusine indica), capim-amargoso (Digitaria insularis) e buva (Conyza spp.).
“Vimos que 70% das amostras tiveram algum indicativo de resistência com herbicidas do grupo químico dos ariloxifenoxipropionatos (FOPs), enquanto apenas 13% tiveram resistência ao clethodim apenas ou combinado com outro(s) FOP(s) e/ou glyphosate”, destaca Ikeda.
Capim pé-de-galinha, capim amargoso e buva
Até o momento, foram avaliados 196 biótipos de capim pé-de-galinha, sendo 24% classificados como suscetíveis a todos os herbicidas, 54% como resistentes a um ou mais inibidores da ACCase (clethodim, fenoxaprop-p-ethyl e haloxyfop-p-methyl), 5% resistentes ao glyphosate (inibidor da EPSPs) e cerca de 17% com resistência a um ou mais inibidores da ACCase e ao glyphosate.
Para o capim-amargoso foram avaliados 116 biótipos. Cerca de 69% foram classificados como suscetíveis a todos os herbicidas, 22% resistentes ao glyphosate e 8% com resistência a um ou mais inibidores da ACCase (a maior parte classificada como resistente ao haloxyfop) e ao glyphosate.