Rio Negro sobe lentamente e pescadores esperam retomar atividades
Local enfrenta a pior seca em 121 anos
|
De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, todos os 62 municípios do estado permanecem em situação de emergência. (Rafa Neddermeyer/Ag. Brasil) )
O volume do rio Negro, que enfrenta a pior seca em 121 anos, vem subindo lentamente e registrou ontem (dia 21) a cota de 13,20 metros. Os pescadores, donos de flutuantes e feirantes de Manaus, afetados pela seca no Amazonas torcem para que, com a chegada das chuvas, possam retornar gradativamente à sua rotina.
O Boletim do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostra que o Rio Negro apresentou subidas em Tapuruquara e Barcelos e que, em Manaus, o rio voltou a subir, inicialmente 2 centímetros (cm) e no registro mais recente 9 cm, “contudo os níveis ainda são considerados muito baixos para o período.”
Pescador há cerca de 20 anos e vendedor de pescado na beira do Rio Negro, próximo ao Porto de Manaus, Marcos César Antônio relatou que durante o mês de outubro houve queda no volume de peixes no rio, o que resultou em pequeno aumento de preços e diminuição das vendas. O motivo: os barcos de médio porte já não conseguiam sair para pescar, deixando a tarefa para as pequenas embarcações.
“Teve um aumento no preço, mas não foi muito. A situação está difícil por causa da falta de peixe devido ao fato de o motor ficar encalhado no rio. Espero que essa situação melhore em breve”, afirmou Antônio.
Ele manifestou preocupação com o fato de o início do período de cheias do rio coincidir com o início do defeso para algumas espécies da região. No período de 15 de novembro a 15 de março, a pesca de matrinxã, surubim, pirapitinga, sardinha, pacu, caparari, aruanã e mapará fica proibida por causa da reprodução.
“O rio volta devagarzinho, mas agora vem a proibição e vai ficar pior. Com o defeso, a situação vai piorar, como é que vai trazer o peixe”?, indagou.