“Brasil tem hoje o menor preço de fertilizantes do mundo”, diz country manager da Mosaic
Eduardo Monteiro detalhou investimentos em novas unidades e lançamento de linha de biológicos da empresa no Brasil
"O Brasil representa o maior investimento que a Mosaic fez na sua história", diz Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic
Até 50% da produção agrícola mundial pode ser atribuída aos fertilizantes, justamente o calcanhar de Aquiles da agricultura do Brasil, o 4º maior consumidor do insumo com praticamente 46 milhões de toneladas a cada ano.
Por isso, empresas nacionais e multinacionais tem o país como prioridade estratégica. É o caso da Mosaic, que completa 20 anos no país com cerca de 20% do mercado e desdobra planos de ampliação estrutural e de diversificação de portfólio.
Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic, falou ao Agrofy News para detalhar os investimentos milionários da empresa no Brasil e, também, analisar o mercado dos fertilizantes que sofreu grandes oscilações nas últimas safras.
Ele também é presidente da Associação Nacional para Difusão dos Adubos (Anda), entidade que representa o setor no Brasil.
Confira o conteúdo:
"Agrofy News - Como o Sr. está vendo o mercado de fertilizantes nesta temporada?
Eduardo Monteiro - As estatísticas oficiais aqui ano calendário de fertilizantes 2023 foram divulgadas há cerca de uma semana. A gente fechou o ano de 2023 com um nível de embarques que bateu a casa dos 46 milhões de toneladas, segundo melhor ano da história.
Tivemos também uma boa recuperação em termos de preço, principalmente em função do ano anterior. A gente teve uma forte correção de preços. Lembrando que, em 2022, nós tivemos um impacto das questões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia, mas esse ciclo foi superado. Os preços estão já normalizados.
Para falar um pouco das perspectivas deste ano, as pesquisas indicam que o mercado de fertilizantes tem uma correlação muito forte com os preços dos grãos e da rentabilidade do produtor. O fertilizante consumido no Brasil hoje está 60% atrelado à produção de grãos, seja soja ou seja milho.
A gente observou ao longo dos últimos meses correções importantes nos preços de soja e do milho. Então o preço do grão caiu e a relação de troca acabou não sendo a mesma. Mas, curiosamente, a gente observou uma movimentação muito intensa na comercialização nas últimas três semanas.
Já no caso do cloreto, tem um momento positivo na relação de troca, então vendeu bastante. No Rio Grande do Sul, por exemplo, estão vivendo um momento único quando comparado aos desafios dos últimos anos.
Temos um cenário muito mais leve muito, mais positivo e o agricultor na expectativa de colher bons resultados. Nesse contexto e o interesse por aproveitar esse bom momento da relação de troca, tem sido bastante interessante.
Quando a gente olha a dinâmica do fósforo não tem a mesma relação de troca histórica. O interessante é que os preços no Brasil hoje são os menores preços do mundo.
O produto aqui de alta concentração (MAP) fora do Brasil internacionais vem de US$ 70 a US$100 acima. No Brasil, existe uma tendência entre o produtor acreditar que haja uma eventual correção de preço.
Eu diria para você que com essa diferença de preço é grande no Brasil em relação aos outros mercados muito mais fácil lá fora corrigir, mas aqui se mantém. O produtor tem que avaliar dentro da sua Gestão de Risco. Ele sempre vai ser soberano ao definir o momento apropriado da sua compra.