PIB da agropecuária registrou queda no segundo trimestre, aponta IBGE
No âmbito geral, a economia brasileira apresentou alta de 1,4%
|PIB do setor agropecuário teve queda de 2,3% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro trimestre. (Foto: Jaelson Lucas/AEN)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (dia 3) que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de toda a riqueza produzida no país, teve crescimento de 1,4% no segundo trimestre deste ano em comparação ao primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o crescimento foi de 3,3%.
Enquanto o PIB nacional subiu, o agropecuária teve queda. O setor recuou 2,3% na comparação entre o segundo e o primeiro trimestre de 2024 e 2,9% em relação ao mesmo período de 2023.
Na comparação anual da agropecuária, o IBGE destacou que o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em agosto mostrou queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade em culturas com safras no segundo trimestre, como milho (-10,3%) e soja (-4,3%). Esses recuos suplantaram o bom desempenho de culturas como o café (6,6%) e do algodão herbáceo (10,8%), por exemplo, explica o órgão.
Para Carlos Lopes, economista do banco BV, o resultado do PIB no segundo trimestre, de 1,4%, foi surpreendente porque esperava-se um percentual de crescimento de 0,9%. Esse desempenho teve forte contribuição da demanda doméstica. Já a queda da agropecuária, foi sazonal, segundo ele.
"Do lado dado da indústria e serviços, o resultado foi muito positivo, compensando o recuo na atividade da agropecuária, que foi sazonal. Quando olhamos para o lado da demanda, o desempenho foi favorável pelo consumo das famílias, do investimento e das compras governamentais e esses indicadores são relevantes para os próximos meses, a despeito de uma expectativa de alta dos juros. O crescimento da mão de obra com carteira assinada sustenta o aumento do consumo por conta da poupança gerada pelo trabalho", afirmou.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, observa que “com o fim do protagonismo da Agropecuária, a Indústria se destacou nesse trimestre, em especial na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na Construção”.
Segundo ela, o dado do segundo trimestre já está com incorporação de efeitos da agropecuária do Rio Grande do Sul que sofreu com as enchentes em maio e abril.
“Mas, de qualquer maneira, [o PIB agropecuário] no primeiro trimestre já estava abaixo do primeiro trimestre de 2023. Já não era esperado um bom ano para agropecuária, de qualquer jeito. Claro que as questões do Rio Grande do Sul pioraram a situação”, afirmou.