Nova metodologia acelera avaliação da qualidade do café por pequenos produtores
Avaliação proposta não necessita de especialistas e pode incluir consumidores e funcionários na equipe de provadores
|Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram uma metodologia inovadora que permite a pequenos produtores e empresários classificar a qualidade do café de maneira acessível e rápida.
A técnica, denominada Perfil Descritivo Otimizado (PDO), adapta o processo de avaliação sensorial, simplificando a análise em comparação aos métodos tradicionais.
Com a adaptação, a metodologia pode ser adotada por pequenos estabelecimentos comerciais, cooperativas de produtores e instituições de pesquisa.
Um dos principais diferenciais do PDO é a possibilidade de formar equipes de avaliação compostas não apenas por especialistas, mas também por funcionários e consumidores de café.
“Tornamos os testes mais simples, permitindo que qualquer pessoa com paladar e olfato apurados participe”, explica Sônia Celestino, pesquisadora da Embrapa Cerrados (DF).
Essa democratização da análise promete transformar o setor, proporcionando informações valiosas para cooperativas e pequenas empresas, explica a cientista.
“As cooperativas, por exemplo, podem montar sua própria equipe de provadores para analisar seus cafés. Assim, eles terão uma avaliação que forneça informações sobre um determinado grão, para saber se vale a pena inscrevê-lo em um concurso, por exemplo”, explica.
Processo documentado
Todo o processo de avaliação está documentado no "Manual de Análise Sensorial Descritiva de Café", que orienta desde o recrutamento de provadores até a consolidação das notas dos grãos.
Esta publicação é resultado da dissertação de mestrado de Manuella Nascimento, que investigou o impacto de diferentes fontes de potássio na qualidade do café.
Sua pesquisa revelou que algumas fontes, como o cloreto de potássio, podem comprometer o sabor do grão, um dado crucial para os produtores.