Substituição do dólar por moedas locais nas transações do Brics ganha força para reduzir a dependência monetária
Paralelamente, os países do bloco estão explorando a criação de uma moeda digital comum
|Durante a 16ª Cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, um dos temas centrais discutidos foi a adoção de alternativas ao dólar norte-americano, com foco na utilização de moedas locais no comércio internacional.
O evento, presidido pela Rússia, contou com a presença de líderes de países como China, Índia, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e África do Sul, além da participação remota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os membros do BRICS estão avançando na proposta de aumentar o uso de suas moedas nacionais nas transações entre si, buscando diminuir a dependência do dólar.
Paralelamente, os países do bloco estão explorando a criação de uma moeda digital comum, destinada a facilitar o comércio internacional e fortalecer seus sistemas financeiros.
Enquanto a nova moeda não se concretiza, os países do Brics estão explorando a possibilidade de utilizar suas moedas nacionais em transações bilaterais, reduzindo vulnerabilidades decorrentes de potenciais sanções internacionais.
Um exemplo é o acordo firmado entre Brasil e China em março de 2023, que permite que operações comerciais entre os dois países sejam realizadas utilizando o yuan.
Defesa de uma Alternativa ao Dólar
Em um discurso por videoconferência na Cúpula do BRICS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância de avançar na criação de uma alternativa ao dólar para o comércio entre os países do bloco.
Lula enfatizou que essa medida é essencial para garantir que a "ordem multipolar" desejada pelo bloco também se reflita no sistema financeiro internacional.