Brasil criará crédito para reciclagem de embalagens de defensivos
Ministro do Meio Ambiente também detalhou Programa Metano Zero em reunião da OCDE
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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou a criação de crédito para reciclagem de embalagens de defensivos e detalhou o Programa Metano Zero em Paris, na França.
As informações foram apresentadas durante reunião ministerial do Comitê de Política Ambiental da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "Viemos mostrar que o País tem ações concretas na direção de uma nova economia verde", ressaltou Joaquim Leite.
Em reunião com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, Leite enfatizou o Brasil é parte da solução para o mundo criar uma nova economia verde neutra em emissões até 2050.
Segundo ele, o Brasil trata com prioridade as três áreas que nortearam a reunião: qualidade do ar, descarte de plásticos e mudança climática.
No tema dos plásticos, o Brasil já realiza logística reversa de 94% das embalagens de defensivos agrícolas. "No próximo mês, vamos criar o crédito de reciclagem e mostrar que o Brasil pode sim ajudar a eliminar embalagens de plásticos e vidro da natureza", completou.
Metano
No campo das mudanças climáticas, o País caminha com pioneirismo, com medidas concretas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
"Nós apresentamos o Programa Metano Zero, que vai reduzir as emissões deste gás. Quatro meses após a assinatura do Acordo do Metano, na COP26, o Brasil foi o primeiro país a fazer um programa específico", destacou o ministro.
Joaquim Leite detalhou o programa, que tem como objetivo transformar resíduos orgânicos dos setores de suínos, aves, laticínios, cana de açúcar e aterros sanitários em biometano, podendo chegar a reduzir em 36% as emissões de metano no Brasil.
O governo brasileiro antecipou que o país trabalha para estabelecer um Mercado Regulado Nacional de Emissões. "É um ponto importante para o Brasil ser um exportador de crédito para países poluidores que ainda utilizam muitos combustíveis fósseis", reforçou.
O próximo passo, segundo Leite, será o lançamento do Programa Renovar, focado na renovação de frota de caminhões, uma vez que 460 mil caminhões e ônibus com mais de 20 anos ainda rodam em estradas brasileiras.
O chefe da pasta de Meio Ambiente destacou ainda o robusto programa de biocombustíveis, como o etanol, o que diminui significativamente o índice de poluição do ar nas grandes cidades brasileiras.
Encontros bilaterais
Acompanhado do secretário de Clima e Relações Internacionais do MMA, Marcus Paranaguá, e da secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais do MMA, Marta Giannichi, Joaquim Leite também manteve encontros bilaterais com autoridades dos Estados Unidos, França, Dinamarca, Suíça, Colômbia.
O ministro reforçou o compromisso do Brasil na busca por soluções climáticas lucrativas para todos, incorporando políticas de geração de energia limpa com o hidrogênio verde e as eólicas offshore.
"O futuro precisa de energia limpa e o Brasil será um grande exportador. Nosso potencial é gigantesco, com a eólica offshore, são 700 gigawatt de potência de alta atratividade econômica. Além disso, vamos poder exportar essa energia renovável através do hidrogênio verde", concluiu.