Investidor tem “chance de ouro” em agtechs brasileiras
Apesar da conjuntura, potencial produtivo e ambiental da agropecuária brasileira favorece startups nacionais
|Evento reuniu mais de 600 pessoas em Piracicaba. (foto -AgTech Garage)
A importância da agricultura brasileira para a segurança alimentar e a sustentabilidade mundiais mantém uma “oportunidade de ouro” aos investidores em inovação das agtechs brasileiras, apesar da circunstância global desfavorável.
Essa foi uma das conclusões no painel “Soonicorns no agronegócio” do AgTech Meeting 2022, realizado na semana passada, em Piracicaba. O objetivo era responder à pergunta: mas, afinal, há dinheiro e apetite para manter o ritmo de investimentos nas startups do agro no Brasil?
Para isso, Flavio Zaclis (Diretor da Barn Investimentos), Álvaro Andrés Gómez Rodriguez (Business Development Manager na Suzano Ventures), Isadora Faria (Gerente Sênior de Novos Negócios da PwC Brasil) e José Tomé (CEO do AgTech Garage) compartilharam as suas visões.
Primeiro, o contexto atual. O mercado de investimentos em startups vive um cenário de maior aversão ao risco, com o ambiente macroeconômico instável após a pandemia, diante da guerra na Ucrânia, alta da inflação dos alimentos e reajustes nas taxas de juros de vários países.
Tais fatores deixam os Venture Capitals (VC) mais cautelosos principalmente em rodadas robustas de aporte em startups que estão na fase de escala. Contudo, na opinião de Zaclis, o cenário é melhor do que no passado.
“É um ótimo momento para o agronegócio, porque as bases para o mercado de empreendedorismo e de investimentos, sejam de Corporate Venture Capital ou Venture Capital já existem. Há 10 anos, não tínhamos nada, não tínhamos as opções que existem hoje”, lembra.
Segundo Zaclis, os investimentos continuarão acontecendo, só que com maior equilíbrio. “Não vai ser o mesmo cenário de dois, três anos atrás para ninguém, mas acredito em uma seleção de empresas e de bons modelos de negócios que fazem sentido para os investidores”.