Pequeno produtor de milho gasta até 485% mais com defensivos

Os gastos com defensivos agrícolas subiram 186% para médios produtores de milho e até 485% para os pequenos agricultores do grão que vivem na região de Itabaiana, interior de Sergipe. 

As informações são parte da pesquisa Campo Futuro, sobre custos de produção pelo País, realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O estudo mostra ainda que, devido à inconstância de clima, a produção de milho foi afetada negativamente. “Os produtores planejavam colher em torno de 120 sacas de milho por hectare, porém devido ao clima seco ou chuvas em excesso, estimam consolidar a colheita em 100 (médio produtor) e 80 sacas por hectare (pequeno produtor) em média.”

Ainda de acordo com a CNA,  o preço do fertilizante também subiu para os produtores de milho ouvidos, chegando a um aumento de 64% para plantações de porte médio e 105% pequeno porte. Os valores são na comparação com à safra anterior. 

Outras culturas

Além do milho, o levantamento, realizado em parceria com as federações estaduais, apresenta os gastos mais recentes (e relevantes) para quem se dedica ao cultivo de uva, cana-de-açúcar e algodão e atividades como pecuária de corte, avicultura de postura e aquicultura.

Foram abordados representantes dos estados de Pernambuco, Sergipe, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rondônia. 

Confira abaixo dados por cultura:

Uva

O painel em Petrolina (PE) teve como base uma propriedade modal para a região de 15 hectares, sendo 10 hectares cultivados com a parreira, com produtividade média de 30 toneladas/hectare, em um estande de 2.222 plantas/hectare.

A variedade mais plantada é a BRS Vitória, um material sem semente. A comercialização é realizada predominantemente via intermediários com contentor de caixas. Segundo o levantamento, foi possível observar expressiva elevação nos custos no período.

Cana-de-açúcar

Levantamentos feitos em Goiatuba e Quirinópolis (GO) mostram que, apesar do maior potencial produtivo em relação aos painéis anteriores, os desafios impostos pela alta nos preços dos insumos refletiram nos resultados. 

Com os dados levantados, os produtores das duas regiões estão conseguindo cobrir o Custo Operacional Total (COT). As margens são positivas, mas a receita não tem sido suficiente para cobrir os custos da terra e do capital.