Embrapa deve finalizar carne cultivada de frango ainda em 2023

Projeto inédito visa produção de proteína a partir da multiplicação de células, sem abate de animais

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Embrapa criou biobanco de linhagens celulares de frango para atender ao mercado de carne cultivada. (foto - Lucas Scherer/Embrapa)

Embrapa criou biobanco de linhagens celulares de frango para atender ao mercado de carne cultivada. (foto - Lucas Scherer/Embrapa)

17deJaneirode2023ás12:08

Apesar de ainda ser considerada controversa (e de gerar desconfiança no consumidor), a chamada “carne cultivada” está cada vez mais perto de ser uma realidade no prato do brasileiro. 

Líder de um estudo pioneiro no país, cujo objetivo é justamente desenvolver carne de frango em condições controladas de laboratório, a Embrapa Suínos e Aves (SC) acredita que o produto estará pronto para análises nutricionais e sensoriais até o final de 2023.

A pesquisa foi aprovada por edital competitivo internacional do The Good Food Institute (GFI), organização não governamental que atua na arrecadação de recursos e financia projetos globais.

“Embora estudos com essa cadeia sejam mais recentes quando comparados aos produtos da cultura de células bovinas, muitos esforços vêm sendo empregados nos últimos anos em diversos locais do mundo”, comenta Vivian Feddern, pesquisadora-líder do projeto.

Semelhante ao sassami, na forma de protótipos de filés de peito desossados, a carne cultivada da Embrapa busca recriar tecidos animais em laboratório, a partir de células animais que compõem seu plantel genético.

“É um assunto discutido há algum tempo. Mas o ganho de escala está se dando agora porque a tecnologia está ficando mais viável”, diz a pesquisadora. “Ppor isso, os investimentos no desenvolvimento dessas proteínas alternativas começam a acompanhar esse momento e estão cada vez maiores”.

Para ela, a vantagem de investir desde já neste mercado em franca ascensão é evidente. “Além da vanguarda tecnológica, poderemos oferecer tecnologia e/ou proteínas alternativas a empresas do Brasil e de países importadores de produtos pecuários.”

Legislação e consumo