Plantio direto do algodão incrementa carbono no solo, aponta Embrapa

Pesquisas no Cerrado demonstram que estoques podem aumentar 50% com a técnica, em cinco anos

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Embrapa estuda há mais de 15 anos produção com baixa emissão e carbono. (foto - Embrapa)

Embrapa estuda há mais de 15 anos produção com baixa emissão e carbono. (foto - Embrapa)

07deMarçode2023ás10:50

Pesquisa da Embrapa direcionada à produção de algodão com baixa emissão de carbono aponta que o sistema de plantio direto (SPD) pode ampliar os estoques no solo em até 50% na comparação com o preparo convencional da terra que utiliza arados e grades. 

A boa notícia foi dada pelo pesquisador da Embrapa Algodão, Alexandre Barcellos Ferreira, durante a 70ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), realizada na semana passada.

Segundo o estudo, os solos argilosos e arenosos do Cerrado, quando cultivados em manejo de semeadura direta, visando a produção de algodão, apresentaram taxas de incremento de carbono muito superiores à  sugerida pela iniciativa internacional “4per1000”.

A medida, que é importante para a redução dos gases de feitos estufa, também trouxe ganhos de produtividade do algodão em relação aos sistemas com preparo convencional do solo.

“Nossos dados mostram que se pode acrescer entre 10 e cerca de 16 arrobas/ha de fibra nos sistemas de plantio direto. Não revolver o solo é o segredo principal para isso”, afirma Ferreira.

Adoção de novas práticas

Para o pesquisador, não resta dúvidas que os cotonicultores só têm a ganhar ao investirem na adoção de práticas e tecnologias, assim como iniciativas que visam a saúde e a qualidade do solo, garantindo maior segurança produtiva, melhor fertilidade do solo e, naturalmente, maior produção de algodão.