Entidades criticam falta de metas concretas na Declaração de Belém

Para eles, documento não não oferece soluções práticas para mudanças climáticas e desmatamento

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Para o Greenpeace Brasil, o documento é falho ao não estabelecer o fim da exploração de petróleo na região

Para o Greenpeace Brasil, o documento é falho ao não estabelecer o fim da exploração de petróleo na região

10deAgostode2023ás09:59

A declaração de Belém, documento que consolida a agenda comum entre os oito países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a região, foi criticada por entidades não governamentais que acompanharam o debate realizado em Belém (PA).

Para as entidades, os 113 objetivos e princípios contidos no documento não trazem metas para o desmatamento e não oferecem soluções práticas para evitar as mudanças climáticas.

Para o Greenpeace Brasil, o documento é falho ao não estabelecer metas e prazos para o desmatamento e o fim da exploração de petróleo na região.

“Não há metas ou prazos para zerar o desmatamento, nem menção ao fim da exploração de petróleo na região. Sem essas medidas, os países amazônicos não conseguirão mudar a atual relação predatória com a floresta, a sua biodiversidade e seus povos. Pior, os compromissos assumidos na declaração não dão uma sinalização clara de como os governos amazônicos pretendem agir em conjunto para responder à crise climática", critica o diretor de programas do Greenpeace Brasil, Leandro Ramos.

Para o Observatório do Clima, as 113 propostas do documento têm o mérito de reavivar a OTCA e reconhecer que o bioma está sob ameaça de atingir um ponto de não-retorno, mas não oferece soluções práticas e um calendário de ações para evitá-lo.

"O planeta está derretendo, estamos batendo recordes de temperatura todos os dias. Não é possível que, num cenário como esse, oito países amazônicos não consigam colocar numa declaração, em letras garrafais, que o desmatamento precisa ser zero e que explorar petróleo no meio da floresta não é uma boa ideia.  Em resumo, o documento pecou pela falta de contundência ", afirma Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.