Justiça obriga mineradora a reassentar três comunidades em MG

Cerca de 400 moradores ganharam esse direito após decisão do Tribunal de Justiça

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Três comunidades se localizam muito próximas da barragem de rejeitos da mineradora. (foto - Divulgação)

Três comunidades se localizam muito próximas da barragem de rejeitos da mineradora. (foto - Divulgação)

04deOutubrode2023ás10:49

A mineradora Anglo American deverá realizar o reassentamento coletivo de três comunidades situadas na área rural dos municípios Conceição de Mato Dentro (MG) e Alvorada de Minas (MG). A decisão é do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e atende um pedido feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

A medida reconhece o direito de cerca de 400 moradores, que vivem nos arredores de uma barragem. A decisão dá o  direito de cada família optar entre se mudar para a nova comunidade, que deverá ser estruturada com recursos da mineradora, ou aderir ao reassentamento individual, caso prefiram morar em outra localidade.

A situação envolve o empreendimento Minas-Rio, que compreende a extração de minério nas serras do Sapo e Ferrugem, o beneficiamento nos municípios de Conceição do Mato Dentro (MG) e Alvorada de Minas (MG) e ainda um mineroduto que percorre 525 quilômetros até um porto em Barra de Açu, no município de São João da Barra (RJ). Conforme informações da própria Anglo American, trata-se de seu maior investimento mundial.

Processo antigo

O projeto começou a se desenhar em 2007 com a compra de ativos da mineradora MMX Mineração, do empresário Eike Batista. Em 2018, a Anglo American obteve as licenças necessárias para dar início à chamada etapa 3 do Minas-Rio, que diz respeito à extensão da Mina do Sapo.

De acordo com a mineradora, sua barragem é segura. Ainda assim, em 2019, ela revelou a intenção de realocar moradores de algumas comunidades. Na época, a mineradora divulgou uma nota afirmando compreender o medo da população após o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG). A tragédia ocorrida no início de 2019 deixou 270 pessoas mortas.

No entanto, as três comunidades envolvidas na nova decisão judicial - São José do Jassém, Passa Sete e Água Quente - ainda viviam um impasse.