“Não projetamos mais quedas de preço dos defensivos”, diz presidente da Syngenta

André Savino vê relação de troca favorável ao produtor, apesar de pressão na cotação das commodities

"Acredito que já de 2024 para 2025 vai ser o momento da retomada do crescimento”, diz André Savino, presidente da Syngenta no Brasil

"Acredito que já de 2024 para 2025 vai ser o momento da retomada do crescimento”, diz André Savino, presidente da Syngenta no Brasil

15deFevereirode2024ás16:18

O produtor agrícola brasileiro enfrenta na safra 2023/2024 uma situação de ajuste parecida com a experimentada pelas empresas de defensivos na temporada anterior.

Naquele momento, as consequências de quase três anos da pandemia de Covid e o impacto da Guerra no Mar Vermelho desregularam o mercado, gerando um “super suprimento” global dos principais insumos químicos.

O resultado, segundo o presidente da Syngenta no Brasil, André Savino, foi uma redução de até 25% nos preços dos defensivos químicos. Mas, atualmente, o cenário é outro e “não deve haver queda nos preços”.

Ao mesmo tempo, os produtores brasileiros assistem uma desvalorização significativa no preço da soja e do milho, justamente em uma temporada com menor produtividade devido a condições climáticas desfavoráveis.

Ainda assim, o executivo enxerga uma relação de troca atrativa para o produtor, ainda que em níveis mais baixos que nos últimos anos. Em todo caso, segundo ele, a acomodação do mercado “não afeta em nada” o papel do agro brasileiro. 

“Eu vejo que é um ajuste de mercado e continuo muito confiante nesse negócio. Acredito que já de 2024 para 2025 vai ser o momento da retomada do crescimento”, confia Savino.

Confira a íntegra da entrevista a seguir:

Agrofy News - Como o Sr. avalia o mercado de defensivos de agora ao final do ano?

André Savino - Bom, o mercado agrícola é cíclico. Não é de hoje que ele passa por ajustes. Eu trabalho no mercado de defensivos há 26 anos e a gente já viu vários ajustes e várias correções de rota dentro desse mercado.

É importante lembrar que o que a gente vivenciou em 2023 nada mais foi nada mais do que um ajuste de mercado oriundo do pós-covid e problemas logísticos globais que enfrentamos naquela, além de efeitos colaterais da Guerra no Mar Negro.

Considerando os portos fechados, a gente teve uma série de desafios logísticos como interrupções de suprimentos de grandes produtos países produtores como China.

Isso fez com que 2022 tivesse um grande Impacto. Muito do que não foi abastecido em 2022, caiu no mercado em 2023. Então esse ajuste de mercado foi ao redor de 25% no valor dos produtos. Apesar de em volume ter aumentado, o valor caiu 25%. Mas isso não muda em nada o que a gente enxerga como perspectiva para o agronegócio brasileiro. Segue como um mercado pujante, a mola da economia brasileira.