Por que um rastro de fumaça cobre o Brasil de Norte a Sul?

Presença de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio prejudicam a qualidade do ar nas cidades afetadas

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Por que um rastro de fumaça cobre o Brasil de Norte a Sul?
22deAgostode2024ás14:37

As queimadas na Amazônia e no Pantanal têm provocado constantes episódios de fumaça e diminuição na qualidade do ar que já impactam dez estados do país, alcançando regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. 

Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos mostram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando sobre o Peru, Bolívia e Paraguai.

Na última semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta sobre os cuidados necessários para a saúde nesses casos. 

A fumaça que atinge o Brasil se origina de queimadas na região amazônica, Pantanal e países vizinhos. Correntes de vento de Norte que trazem ar quente de Norte formam um rio atmosférico de fumaça até o Rio Grande do Sul. A fumaça deixa o céu acinzentado no Rio Grande do Sul com o sol avermelhado e laranja.

Um sistema de ventos que transporta a fumaça e umidade ao longo da América do Sul, conhecido como rios voadores, que na estação seca acaba levando a poluição por milhares de quilômetros.

Maior número de focos em 17 anos

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a atual temporada apresenta o maior número de focos de queimadas em 17 anos, exacerbado pela seca que afeta mais de mil cidades brasileiras.

Os ventos carregam a fumaça da Amazônia e do Pantanal do Norte para o Sul e Sudeste, seguindo uma rota que passa pelos Andes e é influenciada por frentes frias.

A trajetória da fumaça, dependendo da intensidade das frentes frias, pode ser desviada ou intensificada, afetando ainda mais as áreas já atingidas ou até mesmo retornando para o Norte, aumentando a poluição em locais como Manaus.

A presença de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio prejudicam a qualidade do ar nas cidades afetadas, aumentando os riscos para a saúde, especialmente para idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.