Passou do ponto: excesso de chuvas já prejudica lavouras em 20 cidades do Mato Grosso

Atraso nas colheitas e problemas na armazenagem afetam produtores de soja e milho

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Segundo Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), a situação é alarmante. (Foto - Aprosoja-MT)

Segundo Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), a situação é alarmante. (Foto - Aprosoja-MT)

21deJaneirode2025ás16:16

Mato Grosso enfrenta um janeiro marcado por chuvas intensas, o que levou 20 cidades, incluindo a capital, Cuiabá, a decretarem estado de emergência. 

Além dos danos urbanos, as lavouras no estado já estão sofrendo com os efeitos das precipitações, que têm comprometido a colheita e a logística da produção.

Produtores de soja e milho enfrentam sérios desafios devido às condições climáticas adversas, com o atraso nas colheitas e problemas na armazenagem.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) monitora os impactos da safra 24/25 e alerta para as dificuldades que os produtores terão que enfrentar nos próximos meses.

Diego Bertuol, produtor rural em Marcelândia e diretor da Aprosoja MT, destacou que as chuvas têm dificultado severamente as operações de colheita.

"Temos mais de 400 mm acumulados nos últimos 15 dias, o que impossibilitou a colheita dos grãos prontos e também dos dessecados. O resultado é uma perda de até 20% nos grãos, com outros chegando a 30% de umidade, o que impacta diretamente no preço e na qualidade da produção. O cenário é alarmante ", afirmou.

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Atraso na colheita e problemas logísticos

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) confirma o atraso na colheita, com apenas 1,41% da área plantada sendo colhida até o momentoo que representa uma queda de 11,41% em relação ao mesmo período da safra anterior.

Esse atraso também compromete a janela ideal para o plantio do milho, gerando mais incertezas para os produtores.

Além das dificuldades com a colheita, o vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier, alerta para os problemas logísticos.

"Estradas não pavimentadas estão em condições críticas, o que dificulta o escoamento da produção. A maior parte das rotas usadas pelos produtores é de vias não pavimentadas, o que agrava ainda mais a situação", explicou.

Déficit de armazenagem e alta umidade

A questão da armazenagem também é uma preocupação crescente. Bertuol lembra que, além do déficit de armazéns, os já existentes não suportam a alta demanda, agravada pela alta umidade dos grãos.