Uso de produtos ilegais no campo gera impactos na economia e sustentabilidade do setor agropecuário
Mercado estimado em 25% envolve adulteração, contrabando, desvio de uso, falsificação, furto, roubo e pirataria de defensivos e sementes
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O agronegócio, impactado por questões econômicas, geopolíticas, tem enfrentado outro problema crescente e preocupante para o setor: o uso de produtos ilegais.
De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) cerca de 25% do mercado de defensivos agrícolas no Brasil é ilegal. A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) estima em 30% o mercado de sementes de origem desconhecida.
No caso dos defensivos agrícolas, um estudo do Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP) apontou perdas de R$ 21 milhões com a pirataria e o contrabando no Brasil em 2022.
“Esses produtos estão envolvidos em crimes como adulteração, contrabando, desvio de uso, falsificação, furto e roubo. Muitas vezes o produtor busca esse produto por uma suposta vantagem financeira, mas acaba muitas vezes tendo um prejuízo maior com o impacto de um produto desconhecido na lavoura”, explica o gerente de Combate a Produtos Ilegais na CropLife Brasil (CLB), Nilto Mendes.
A pirataria de sementes é particularmente grave no caso da soja: um estudo da CLB, em parceria com a consultoria Céleres, mostrou que cerca de 11% da área plantada da cultura no país é ilegal, o equivalente ao cultivo em Mato Grosso do Sul. O prejuízo estimado é de R$ 10 bilhões por ano.
“Os dados evidenciam a magnitude do problema e a urgência de ações coordenadas entre o setor produtivo, o poder público e a sociedade. O enfrentamento da ilegalidade é fundamental para preservar a integridade da agropecuária nacional, estimular a inovação e garantir a sustentabilidade do setor”, afirma a diretora de Germoplasma na CropLife Brasil, Catharina Pires.