Família fundadora da Sadia questiona preço proposto pela Marfrig para fusão
Os Fontana vêem mérito na negócio, mas apontam distorções na relação de troca das ações
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A família Fontana, herdeira do fundador da Sadia e uma das acionistas relevantes da BRF, está se articulando para contestar os termos da fusão entre BRF e Marfrig.
O ponto central do questionamento é a relação de troca das ações — considerada desvantajosa para os minoritários da BRF — e a suposta falta de independência no comitê responsável por avaliar a operação.
As informações foram divulgadas inicialmente pelo Pipeline, do Valor Econômico, e repercutidas pela Globo Rural.
Embora reconheçam os méritos estratégicos da fusão, os Fontana defendem que a proposta atual subvaloriza a BRF.
“A relação de troca de 0,85 é indefensável sob qualquer ângulo”, afirma Adriano Fontana, membro da família, em entrevista ao Pipeline.
Segundo ele, a média histórica de negociação entre os papéis das empresas indicaria uma proporção muito superior, de até 1,83 ação da Marfrig para cada ação da BRF.
A fusão foi anunciada com apoio dos controladores e prevê o pagamento de dividendos diferenciados: R$ 2,90 por ação da Marfrig e R$ 2,20 por ação da BRF.