O conselho do avô icônico que fomenta a expansão da Connan
Empresa familiar, que carrega o DNA da histórica Manah e do engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso, acelera expansão no Brasil após a recompra dos ativos de nutrição animal da Bunge

“Acredite no mercado, mas não deixe a ciência de lado.”
A frase dita por Fernando Penteado Cardoso Neto não é apenas um conselho herdado do avô, o icônico engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso — fundador da Manah, uma das marcas mais emblemáticas do agro brasileiro.
Ela também resume o princípio que guia a trajetória da Connan, indústria de nutrição animal que cresceu ancorada em inovação, consistência técnica e visão de longo prazo.
O caminho da empresa se conecta diretamente à história da Manah, fundada em 1947 e famosa pelo slogan que grudou na memória de gerações: “Com Manah, adubando dá.”
Após a venda do conglomerado para a Bunge, no início dos anos 2000, a família Cardoso atuou rapidamente para recomprar os ativos de nutrição animal e genética, dando origem à Connan, hoje uma referência no setor.
Com unidades fabris em Boituva (SP) e Mato Grosso, além de um centro de distribuição recém-inaugurado em Ariquemes (RO), a empresa projeta expansão para o Pará, Norte de Minas e Sul da Bahia, de olho no avanço da pecuária e na demanda crescente por suplementação de alta qualidade.
Na entrevista a seguir, Fernando Penteado Cardoso Neto, diretor da Connan, relembra a trajetória da companhia, detalha os planos de crescimento e reforça como a nutrição animal é uma das respostas para tornar a pecuária mais sustentável e rentável.
Confira a íntegra da entrevista:
Agrofy News (AN) — Fernando, prazer falar contigo. Por favor, comece contando um pouco do histórico da empresa.
Fernando Penteado Cardoso Neto (FP) — É uma história longa. Começou na família com meu avô, na fundação da Manah, em 1947, no segmento de fertilizantes. No decorrer da vida dele, foi agregando mais braços para o negócio.
Além de fertilizantes, que ele fundou em 1947, em 1969 começou a criação de Nelore — hoje da linhagem Lemgruber —, um trabalho fechado dentro desta linhagem. E, em 1996, abriu mais um braço na área de nutrição animal, com a marca Manafós.
Em 2000, a Manafós foi assediada por multinacionais que queriam entrar no mercado brasileiro.
Tristemente, houve a venda do ativo inteiro da Manah — indústrias de fertilizantes, nutrição e também o trabalho de melhoramento genético das fazendas. Foi uma decisão difícil, mas saudável para a família.
A Bunge comprou todos os ativos. Então, meu pai e meu tio, Eduardo e Fernando, fizeram uma sociedade e recompraram o gado da Fazenda Mundo Novo, da linhagem Lengruber, porque o foco da Bunge era fertilizantes.