Workshop realizado pela CropLife capacita servidores no combate ao mercado de agrotóxicos ilegais
Encontro reuniu mais de 150 especialistas e agentes de fiscalização, em Campo Grande (MS); Cerca de 25% do mercado de insumos no país opera à margem da lei
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A CropLife Brasil (CLB), em parceria com a Polícia Federal (PF), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS (IAGRO), a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (FAMASUL) e autoridades, promoveu nesta quarta-feira (08), o Workshop de Combate ao Mercado Ilegal de Agrotóxicos e Insumos Agrícolas, em Campo Grande (MS).
Voltado a servidores da segurança pública e de fiscalização que atuam no agro, o evento reuniu 158 especialistas e agentes para capacitação e debate sobre estratégias de enfrentamento ao crime, além de promover a mobilização conjunta instituições públicas e privadas no enfrentamento a prática ilícita.
A iniciativa ocorre em um momento em que os casos de bebidas adulteradas com metanol, que provocaram intoxicações e mortes no país, reacenderam o debate sobre os impactos da pirataria em diferentes setores da economia.
No agronegócio, a estimativa do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) é que cerca de 25% do mercado de insumos agrícolas no Brasil opera à margem da lei.
Ao longo da imersão, os participantes receberam treinamento técnico sobre o funcionamento do mercado ilegal no agro e seus impactos em toda a cadeia produtiva. Dentre os temas abordados estiveram: identificação e diferenciação de produtos contrabandeados e falsificados; legislação, fiscalização e registro de agrotóxicos e insumos agrícolas; rastreabilidade da cadeia ilícita e linhas de crime agrícola; impactos da pirataria - tanto na escala industrial, quanto para o produtor; além de orientações sobre canais e meios de formalização de denúncias.
Gerente de Combate a Ilegais na CropLife Brasil, Nilto Mendes. Foto: Bruna Caetano/ CLB
“O fenômeno dos mercados ilícitos de insumos agrícolas é um problema de alcance mundial, presente em países de diferentes níveis de produtividade. No Brasil — um dos principais produtores de commodities agrícolas, autossuficiente em sua produção e dotado de legislação rigorosa — esse problema atinge percentuais elevados, seja pela entrada de produtos contrabandeados, seja pela falsificação e adulteração no mercado interno. Isso ocorre porque todo setor que concentra grande riqueza e possui um sistema fortemente regulado para controlar a produção, o transporte, a importação, a exportação, o armazenamento e o uso de agrotóxicos acaba despertando o interesse de organizações criminosas, que exploram as vulnerabilidades da fiscalização e se aproveitam do poder de barganha dos produtores”, contextualizou Nilto Mendes, gerente de Combate aos Ilegais da CropLife Brasil.
Coordenadora representante do Sistema FAMASUL, Tamiris Souza Azoia (Foto: Bruna Caetano/ CLB)
“A gente não quer, de forma alguma, que todo um setor seja penalizado por alguns indivíduos que de fato estejam praticando ações ilícitas. Estamos aqui hoje, neste evento, abertos a discussão e, sobretudo, dispostos a encontrar soluções, representando os bons produtores rurais. Que nós sejamos um dos elos dentro desta cadeia de levar, principalmente, educação e conscientização aos produtores que estão lá na ponta, para que a gente consiga ter um agronegócio pujante, cada dia mais respeitado e dentro da legalidade”, considerou a coordenadora representante do Sistema FAMASUL, Tamiris Souza Azoia.