Gigantes do agro têm "escudo" contra o tarifaço de Trump; outras não

Análise da XP mostra que impacto das novas tarifas dos EUA será desigual entre empresas brasileiras

Gigantes do agro têm "escudo" contra o tarifaço de Trump; outras não
16deJulhode2025ás15:42

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º agosto, não afetará de maneira uniforme os grandes grupos do agronegócio nacional.

A conclusão faz parte de uma análise de Rodrigo Vignoli, analista da InvestSmart XP, que destaca que o grau de internacionalização de cada companhia será decisivo para determinar o nível de impacto.

Entre as empresas listadas na B3, como JBS, Marfrig, BRF e SLC Agrícola, a exposição às perdas varia conforme o modelo de operação.

“JBS e Marfrig tendem a ser menos prejudicadas, pois já possuem grande parte de suas operações industriais e de exportação dentro dos próprios Estados Unidos”, explica o analista. “Isso serve como um ‘escudo’ natural contra as novas tarifas”.

Na prática, essas companhias continuam atendendo o mercado norte-americano a partir de suas plantas locais, sem pagar as tarifas extras. Já empresas com produção mais concentrada no Brasil, como parte da BRF, devem enfrentar mais obstáculos para manter competitividade e rentabilidade.

Para essas companhias, será necessário buscar mercados alternativos. Entre os principais produtos estão laranja, café, carnes, pescados, frutas e outros.

O problema, segundo a XP, é que “isso pode saturar a competição internacional” em setores já disputados.