"Economia não pode ser refém de narrativas políticas", diz CNA
Nota oficial critica diretamente os três poderes da República
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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou na noite desta terça-feira (15) uma nota pública com críticas contundentes ao ambiente político nacional e seus impactos sobre a economia brasileira.
O comunicado foi publicado no contexto do aumento de tensões entre Brasil e Estados Unidos, após o presidente americano Donald Trump anunciar que vai impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
A entidade, que representa o setor agropecuário nacional, afirmou estar preocupada com a forma como pautas ideológicas e disputas políticas internas têm se sobreposto a temas econômicos estratégicos, incluindo a atração de investimentos, a segurança jurídica e a ampliação de mercados internacionais.
O “tarifaço” proposto por Trump reacendeu o debate sobre a instabilidade das relações comerciais entre os países.
Segundo a CNA, o Brasil tem perdido espaço por priorizar “crises políticas pessoais” em vez de consolidar sua imagem como fornecedor confiável de alimentos, energia limpa e minerais críticos.
A nota critica diretamente os três poderes da República.
O Congresso Nacional é acusado de ceder às pressões das bases políticas e se perder em disputas “com pouco a ver com os interesses econômicos do país”. O Judiciário, embora reconhecido por sua importância institucional, é apontado como protagonista de uma instabilidade recorrente.
O texto também não poupa o governo federal. A CNA diz que o Executivo, em vez de liderar uma agenda pacificadora e voltada ao futuro, preferiu “reabrir feridas políticas”, tratando adversários como inimigos e reforçando antagonismos.