Piscicultura entra na era preditiva com tecnologia e nutrição de precisão
Centro de excelência da ADM acelera pesquisas aplicadas e sustenta o projeto de viabilizar a criação de camarão em áreas distantes do litoral

Segundo Fabio Catunda, diretor de Criação, Design e Desenvolvimento, avalia que o ano foi marcado por desequilíbrio entre oferta e demanda, com impactos nos preços. (Foto - Fabio Manzini)
A aquicultura brasileira vive um momento de transição. O setor, historicamente reativo diante de desafios sanitários e ambientais, avança para um modelo baseado em previsão, análise de comportamento e nutrição imunológica.
A mudança ganha força com os 15 anos completados neste ano do Centro de Excelência e Inovação em Aquicultura da ADM, em Aparecida do Taboado (MS), uma das principais estruturas de pesquisa aplicada da América Latina.
O diretor de Criação, Design e Desenvolvimento da ADM para a América Latina, Fabio Catunda, resume o novo momento.
“Hoje trabalhamos com um conceito muito de prevenção. Mas para ser bom na prevenção, você precisa ser preditivo".
Ele explica que ser preditivo significa antecipar problemas antes que eles aconteçam, com base em dados, comportamento, histórico da fazenda, clima e marcadores fisiológicos.
O espaço funciona como um hub de pesquisa, desenvolvimento e capacitação técnica, com tanques escavados, tanques-rede, laboratório para ensaios e uma equipe especializada.
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O local também se conecta aos centros internacionais da ADM nos Estados Unidos e no Vietnã, permitindo que soluções desenvolvidas no Brasil sejam exportadas para outros mercados.
O foco é uma aquicultura mais sustentável, levando em consideração fatores como risco de doenças, impacto ambiental, demanda dos consumidores e robustez dos animais.

Pesquisa aplicada e foco na realidade do produtor
Segundo Catunda, a força do centro está em reproduzir condições reais de campo, acelerando a transformação das necessidades dos produtores em soluções comerciais.
“É um centro de excelência aplicado. Ele não é um centro de excelência para pesquisa básica. Aqui a gente consegue entender muito mais rapidamente a dor do cliente e ajustar isso com os nossos conhecimentos e as nossas soluções.”
Nos últimos quatro anos, o centro realizou mais de 30 testes de desempenho em peixes, sobretudo tilápia, e camarão, que contribuíram para mais de 40 produtos lançados no mercado brasileiro, incluindo tecnologias como Immunity+, Nutripiscis Oxygen e Camanutri On Flavor. Tem capacidade de produziz 128 toneladas por ano.
Catunda reforça que a estrutura é estratégica para a empresa e para a aquicultura brasileira.
“Ele é um centro de excelência que é o nosso diferencial. Esse ano nós fizemos cinco lançamentos na área de peixe e camarão. Ele é um centro de excelência aplicado. Ele não é um centro de excelência para pesquisa básica.”
A localização do centro, às margens do Rio Paraná, permite que as pesquisas reproduzam exatamente as condições enfrentadas pelos produtores da região. Catunda explica:
“A gente tem os mesmos desafios que os produtores da região, que é um polo muito importante de produção no estado de São Paulo.”
Segundo ele, isso acelera o ciclo de inovação e a capacidade de resposta da equipe.
“Aqui a gente consegue entender muito mais rapidamente a dor do cliente, ajustar isso com os nossos conhecimentos e as nossas soluções para trazer soluções rápidas. O resultado disso são esses lançamentos que fizemos este ano.”

