Brasil, o celeiro da carne bovina mais competitivo do mundo

A carne bovina do Brasil continua a ganhar espaço no mercado internacional, mesmo após embargo imposto pela China. Por Fábio Moitinho

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Brasil, o celeiro da carne bovina mais competitivo do mundo
24deJaneirode2022ás17:42

Foram exatos 102 dias de paralisação de vendas de carne bovina do Brasil para a China. O embargo iniciado no dia 4 de setembro de 2021, por conta da confirmação de dois casos atípicos do mal da vaca louca, só foi encerrado em 15 de dezembro, com a reabertura do mercado chinês. A notícia foi amplamente comemorada porque o país asiático está cada vez mais ávido por comer carne bovina, assim como seus vizinhos Índia, Tailândia, Indonésia e Filipinas, que devem experimentar um incremento de renda daqui para frente e deverão apostar em maiores compras da proteína vermelha produzida aqui no Brasil.

A razão para isso é muito simples. A carne bovina brasileira continua entre as mais competitivas do mundo. Para se ter uma ideia, no final de dezembro do ano passado, o preço médio da arroba do boi no Brasil era de US$ 55,75. Na Argentina, a arroba estava US$ 64,95 (16,5% a mais); Nos Estados Unidos, US$ 67,95 (21,9% a mais); e na Austrália, US$ 108,75 (95,1% a mais). Os dados são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

O vai e vem comercial

O mal atípico da doença da vaca louca, conhecida tecnicamente por Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), desde a notificação dos dois casos pelo próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), só serviu mesmo de pretexto para embates comerciais que, de fato, não deveriam se estender por muito tempo.