Especialistas debatem sustentabilidade, comércio e futuro
Webinar “Comércio internacional e sustentabilidade: problema ou oportunidade” foi promovido pelo Observatório de Bioeconomia da FGV
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Comércio e sustentabilidade são temas que, cada vez mais, precisam estar alinhados quando o debate é sobre o futuro da humanidade e do Planeta. Mas o que exatamente significa unir metodologias comerciais e demandas ambientais? O que é sustentabilidade para efeitos comerciais? Ou quem deve legislar sobre o tema e como essa reorganização de ideias sobre os dois assuntos irá impactar a produção de alimentos em todo mundo?
Esses foram alguns dos questionamentos levantados por Daniel Vargas, professor e coordenador de pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, na noite da última quinta-feira, dia 05, durante o webinar “Comércio internacional e sustentabilidade: problema ou oportunidade”, promovido pelo Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para Vargas, que inaugurou o debate, “sustentabilidade e comércio são como dois lados da mesma moeda” e “talvez não haja atualmente outra relação com tamanha capacidade para provocar reflexões, sejam elas em ambientes acadêmicos, diplomáticos, econômicos e políticos. “Estamos falando na construção de um elo”, completou.
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Parte de uma série de eventos que discutem desafios-chave da transição brasileira para uma economia de baixo carbono, o webinar contou também com a participação da diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori para quem o agro é o setor que mais depende do meio ambiente e, por isso, é fundamental a união em prol da preservação e de apoio políticas para o enfrentamento das mudanças climáticas.
“Somos favoráveis em avanços na preservação e no combate ao desmatamento ilegal, mas as discussões atuais colocam todos os países como iguais. Precisamos diferenciar o nível de desenvolvimento, de produção e o clima de cada um, assim como ter um diálogo bilateral”, disse.
Sueme também ressaltou que a Confederação apoia o sistema multilateral do comércio e o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC), que precisa ser mais atuante para garantir compatibilidade entre as regras e relações comerciais justas. “Precisamos de um debate para que o mundo inteiro se desenvolva e não criar normas que excluem, que geram pobreza e diminuem o poder econômico de determinados grupos da sociedade”, declarou ela.
O evento ainda contou com a participação do diretor do Departamento de Energia e Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Alexandre Ghisleni; da professora da FGV-EESP, Vera Thorstensen; da secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Ana Repezza; e do diretor do Agroicone, Rodrigo Lima e pode ser conferido aqui.