Flexitariano é a nova tribo da nutrição global

Vegetarianos crescem, mas “carnívoro” está bem longe da extinção

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Marmita flexitariana tem até "carne" à base de plantas. (foto - Ruben Leo)

Marmita flexitariana tem até "carne" à base de plantas. (foto - Ruben Leo)

04deJulhode2022ás13:56

Eles preferem frutas, vegetais, grãos integrais e legumes no cardápio do dia a dia, mas não abrem mão de petiscar uma picanha ou uma costela suína de vez em quando. Os flexiterianos, tribo que vem ganhando espaço na dieta global, devem provocar grandes mudanças no padrão de consumo de alimentos nos próximos anos.

Esta é uma tendência crescente principalmente entre os jovens. A nova geração está preocupada com três dimensões no consumo de alimentos - saúde, meio ambiente e bem-estar animal”, diz Maurício Lopes, cientista e ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A pandemia acentuou a busca dos consumidores por uma dieta saudável e com menos impacto ambiental. Uma das principais preocupações das novas gerações é o bem-estar animal.

Os jovens ficam chocados com as imagens de abate de bovinos e de porcas e galinhas aprisionadas em gaiolas, e muitos atribuem à pecuária impactos ambientais como desmatamento e alto consumo de água.

Este comportamento vem engrossando a legião de veganos e vegetarianos. Citando uma pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), Valeska de Oliveira Ciré, head da IFPA, a Associação de Frutas, Flores e Legumes do Brasil, diz que os vegetarianos já representam cerca de 14% da população brasileira, cerca de 30 milhões de pessoas.

“Mas precisamos considerar ainda que há um número bastante razoável de consumidores que, apesar de não serem vegetarianos, querem comer menos proteínas animais, substituindo por frutas, legumes e verduras”, diz Valeska, se referindo aos flexitarianos.