Pecuária reduz emissões de GEE em 2% ao ano, diz especialista

Com aumentos sucessivos, desmatamento voltou a ser o maior emissor no País

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Avanços tecnológicos e técnicas de produção contribuem para a sustentabilidade da pecuária. (Foto - Embrapa)

Avanços tecnológicos e técnicas de produção contribuem para a sustentabilidade da pecuária. (Foto - Embrapa)

04deAgostode2022ás12:57

A principal fonte de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil é o desmatamento. Estimativas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações mostram que, em 2020, a mudança do uso do solo – que inclui supressão de matas - respondeu por 38% das emissões e a agropecuária por 28% em CO2eq. 

Anteriormente, em 2016, a agropecuária representava 33%, a geração de energia 29% e a mudança do uso do solo 27%. O engenheiro agrônomo Celso Manzatto, da Embrapa Meio Ambiente, responsável pelo acompanhamento de emissões associadas ao Plano ABC, explica o motivo.

“Antes de 2016 houve forte contenção do desmatamento pelos governos, mas depois voltou crescer, como mostram dados do INPE, retornando a ser o maior problema”, indica.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, no caso da Amazônia legal, a supressão de florestas cresceu 77% de 2017 em relação a 2021. “Qualquer ação de governo para reduzir as emissões totais começa por aí, não acredito que seja mais preciso desmatar”, diz.

O especialista acrescenta os padrões climáticos mudaram pela ação humana, com elevação das temperaturas mínimas e eventos extremos de chuvas e secas. A agropecuária já sente reflexos como no conforto animal e safras”, afirma.