Carbendazim mostra ´ponto cego` sobre defensivos
Aprovação prévia de ingredientes ativos substitutos poderia resolver polêmicas
|FPA também argumenta que aplicação correta garante a saúde da planta, do alimento e do produtor rural.
A proibição do uso do produto carbendazim pela Anvisa, nesta semana, reacendeu uma disputa entre produtores e o órgão responsável por assegurar a segurança do uso de defensivos químicos no Brasil.
Não é a primeira e nem será a última vez que isso ocorre justamente pelo modelo de aprovação destes produtos, que suspende ingredientes ativos de amplo uso sem antes aprovar substitutos que possam atender à agricultura no mesmo nível de eficiência e segurança.
Esse “ponto cego” processual pode arriscar tanto a produção de alimentos, já que defensivos garantem mais produtividade, oferta e preços mais acessíveis aos consumidores, quanto a segurança sanitária.
Lado dos produtores
Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o perigo na utilização do Carbendazim, assim como em qualquer outro pesticida ou medicamento, seja para plantas ou destinado aos seres humanos, está na dosagem e na forma de manuseio.
Para a entidade, a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para aplicação e a receita agronômica com a quantidade necessária do produto garantem a saúde da planta, do alimento e do produtor rural.
A FPA argumenta que trata-se de um pesticida usado no tratamento das sementes, com baixíssimo risco para os consumidores. Aos aplicadores, basta usar os equipamentos obrigatórios e a técnica correta de aplicação.
Assim, a FPA apresentou, ontem (dia 9), o Projeto de Decreto Legislativo (PDL 312/22) para que o produto Carbendazim, suspenso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), permaneça no mercado até que outra molécula seja aprovada para substituição.