7 de setembro: o agro e a nova Independência do Brasil

Segurança alimentar pode e deveria ser o legado mais importante do país para seu povo e o mundo

Brasil levou ao menos 150 anos, depois de sua independência, para atingir sua soberania alimentar e, hoje, tem a responsabilidade de suprir o mundo. (Foto - Fazenda Nova Geração)

Brasil levou ao menos 150 anos, depois de sua independência, para atingir sua soberania alimentar e, hoje, tem a responsabilidade de suprir o mundo. (Foto - Fazenda Nova Geração)

07deSetembrode2022ás14:05

Hoje, 7 de setembro, comemoram-se os 200 anos desde que o grito de Dom Pedro I às margens do Rio Ipiranga reivindicou a Independência do Brasil de Portugal em 1822.

Foi um passo definitivo para nossa autodeterminação como país, mas a palavra independência, em sentido amplo, carrega outras necessidades. Talvez a principal delas seja a soberania alimentar.

E o Brasil levou ao menos 150 anos para começar a atingi-la ainda que seja hoje, talvez, um dos melhores e maiores exemplos de como o ser humano e a ciência podem encontrar soluções sustentáveis para “ter o que comer”.

Parece absurdo pensar, atualmente, que não produzíamos alimentos suficientes sequer para nossa população ao menos até os anos 1970. Apesar de tantos recursos naturais, chegamos a importar a preços muito mais altos grande parte do “ arroz, feijão e carne” que consumíamos. Literalmente.

Importávamos, na década de 1960, quase 30% do que consumíamos, como arroz das Filipinas, feijão do México e do Chile, carne da Austrália, Argentina e Uruguai. Hoje, o Brasil é uma potência agropecuária, somente atrás dos EUA e UE que são economias altamente desenvolvidas.

Mas isso mudou muito. O agronegócio tupiniquim responde por 27,4% do PIB, um terço dos empregos e quase metades das exportações do país. Do total, o povo brasileiro consome 70% da produção nacional de alimentos e o 30% de excedente é exportado. Ajudamos a alimentar, ao menos, 800 milhões de pessoas em todo o planeta.

Mas como o agro brasileiro cresceu?

O desenvolvimento das lavouras no Cerrado brasileiro por meio da técnica do plantio direto e de outras tecnologias da chamada Agricultura Tropical foram chamados pelo Prêmio Nobel da Paz, Norman Borlaug, o pai da revolução verde, como “uma das maiores revoluções da história”.

A série histórica da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra que a produção no Brasil foi de 40 milhões de toneladas de grãos em 37,5 milhões de hectares em 1977/1978 contra 320,1 milhões em 78,3 milhões de hectares em 2021/2022.