Ipea aponta desaceleração de preços do agro

Alta produção, que é responsável pelo aumento na oferta, é um dos fatores que justificam a queda dos preços

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Brasil deve ter safras recordes de soja, milho, algodão e trigo. (foto - Sistema CNA/Senar)

Brasil deve ter safras recordes de soja, milho, algodão e trigo. (foto - Sistema CNA/Senar)

02deDezembrode2022ás13:04

O terceiro trimestre de 2022 registrou desaceleração nos preços dos principais produtos agropecuários, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta sexta-feira (dia 2).

O levantamento, realizado em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), considera a alta produção – e responsável pelo aumento na oferta – entre os fatores que justificam a queda dos preços.

A análise é fruto do acompanhamento dos mercados domésticos e internacionais, além do balanço de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários brasileiros referentes às safras 2021-2022 e 2022-2023.

O Brasil, por ser um importante player no mercado internacional, prevê, por exemplo,  crescimento com a soja na safra 2022/2023 de 22,3% em grão, de 5,3% no farelo e 5,3% no óleo diante da safra anterior.

Também são mencionadas as produções de milho, algodão e café, com altas estimadas em 12%, 16,7% e 5,6%, respectivamente.

“Até o trigo, que é o principal produto da pauta de importação do país, deve fechar a safra de inverno 2022 com alta de 23,7% na produção diante do ano passado”, diz o estudo.

Segundo o Ipea, a maior disponibilidade dessas commodities tem contribuído não só para a queda nos preços, mas também para a recomposição dos estoques de passagem, que vinham caindo desde o início das políticas de isolamento social estabelecidas devido à pandemia. 

Cenário de final de ano

No final de 2022, entretanto, o cenário que se consolida é de preços agropecuários mais elevados frente a 2021. Segundo a pesquisadora do Cepea e professora da Esalq/USP, Nicole Rennó, “entre todos os produtos acompanhados, isso não se verificou apenas para o milho, o arroz e a carne suína.”