Queda no preço do frete marítimo favorece exportação de açúcar em contêiner
Após alta atípica durante a pandemia, valores estabilizam e mercado aponta tendência de retomada das operações
|Cada vagão transporta dois contêineres de 20 pés, com capacidade para 540 sacas de açúcar, ou 1.080 sacas por vagão. (foto - Brado)
Após um período de queda motivado pela alta dos fretes marítimos, a exportação de açúcar em contêineres promete ter condições favoráveis na safra 2023.
“Depois de dois anos sem operação, fizemos 6,7 mil toneladas em dezembro e janeiro e estamos recebendo diversas solicitações de cotações. São fortes indicativos do mercado de retomada dessa movimentação”, afirma Vinicius Cordeiro, gerente executivo Comercial da Brado, empresa especializada na logística multimodal em contêineres.
O Brasil é o maior exportador mundial de açúcar. Na última safra quase 26 milhões de toneladas foram vendidas no mercado externo, contra 10 milhões do segundo lugar, a Tailândia, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Apesar da liderança isolada nas vendas, dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam que as exportações brasileiras do adoçante em contêiner caíram 22% em junho de 2022, mês em que o frete para a Ásia atingiu o valor máximo, na comparação com o ano anterior.
No mesmo período, o valor médio do frete marítimo do Brasil para a Ásia aumentou 34%, o que tornou a operação nesse modelo onerosa para o exportador.
Conforme a consultoria especializada em transporte marítimo Solve Shipping Intelligence Specialists, em 2019 o valor médio do transporte de contêineres de 20 pés para a Ásia era de US$ 1.145, chegando ao pico de US$ 2.450 em junho de 2022.