Brasil caminha para superar EUA e se tornar o maior exportador mundial de milho

Pesquisador do Cepea/USP analisa estimativas da safra 2022/2023 e protagonismo do País

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Excedente doméstico de milho do Brasil é previsto em 55 milhões de toneladas tanto na temporada 2021/22 quanto na 2022/23. (foto - Sistema CNA/Senar)

Excedente doméstico de milho do Brasil é previsto em 55 milhões de toneladas tanto na temporada 2021/22 quanto na 2022/23. (foto - Sistema CNA/Senar)

02deMarçode2023ás10:32

Um fato inédito sobre a produção de milho pode estar prestes a se realizar em 2023: ver o Brasil superar os Estados Unidos no ranking das exportações do grão. 

Segundo projeções do próprio USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgadas em fevereiro, o Brasil pode exportar volume equivalente ao dos Estados Unidos na temporada 2022/23, de 51 milhões de toneladas entre outubro de 2022 e setembro de 2023.

Neste cenário, o pesquisador do Cepea/USP, Lucilio Alves, que é responsável pelas esquipes de Grãos, Fibras e Amidos, avalia em artigo publicado ontem (dia 1) questões se seria possível, diante da exportação crescente, “a falta de produto para a demanda interna?”.

“Inicialmente, vale considerar que, em um país com transações internacionais sem restrições, os preços domésticos tendem a estar alinhados com os parâmetros externos, para qualquer volume que a venha a ser exportado ou importado”, diz Lucilio, no texto.

“Quando há escassez de produto no país, ou seja, demanda interna superior à oferta, os preços domésticos se elevam até o valor da compra externa, acrescido dos custos logísticos para internalizar e disponibilizar o produto no mercado interno. Este tende a ser o maior patamar de preço que se espera vigorar no mercado interno”, completa.

“Portanto, parece desejável ter tecnologia e condições de escala que aumentem a eficiência e reduzam custos produzindo-se acima da demanda interna, gerando excedentes, para que os preços internos em paridade aos externos fiquem mais acessíveis a todos”, completa.