Censo do IAC mostra aumento do plantio mecanizado em cana-de-açúcar
Estudo analisa também uso de mudas pré-brotadas, sistemas de meiosi e cantosi e espaçamento de fileiras
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Uso do mudas pré-brotadas, que teve um pico com 92% dos casos em 2019, caiu para 75% em 2023. (foto - divulgação)
O mais novo censo realizado pelo Programa de Cana IAC (Instituto Agronômico de Campinas) mostrou que a tecnologia de plantio mecanizado em áreas de cana-de-açúcar voltou a crescer no Brasil.
Em 2023, 64,9% das áreas comerciais vão ser plantadas mecanicamente, uma alta de 7,7% em relação a 2022, quando 57,2% das áreas haviam sido plantadas mecanicamente.
As regiões com maior adoção do plantio mecanizado são Goiás e Tocantins, 86%, seguido de Minas Gerais, Espírito Santo, com 74%, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com 70%. No Estado de São Paulo, a região com maior área mecanizada é a região de Ribeirão Preto e Araçatuba, com 68% e 65%, respectivamente.
Análise dos resultados da safra 2022/23, realizadas pelo Rating Operacional do BENRI (Biomass Energy Research Institute) e divulgados pela RPAnews em março deste ano, também mostraram uma retomada do plantio mecanizado. Em usinas de Rating A, a modalidade de plantio mecanizado cresceu 7,6% entre as safras 2021/22 e 2022/23.
Enquanto na safra anterior as usinas faziam 64,5% de plantio mecanizado, subiram para 72,1% na safra 2022/23. Já em usinas de rating B, conforme o BENRI, as unidades que plantavam mecanizado na safra 2021/22, 40,1%, subiram para 45,6% na safra 2022/23.
Esses dois índices, por sua vez, vêm sendo beneficiados pelas evoluções tecnológicas do plantio mecanizado e pelos intensos treinamentos operacionais praticados pelas usinas. Além disso, eles também foram favorecidos, em 2022, pela melhoria das condições climáticas, afirmou Otávio Tufi, coordenador Agrícola do BENRI.
A DMB, umas das principais empresas fabricantes de plantadoras de cana do mercado, não tem um levantamento quantitativo, mas afirma que tem percebido um aumento expressivo no interesse de produtores e usinas por plantadoras. De acordo com Auro Pardinho, gerente da Marketing da DMB, o volume de negócios mostra crescimento, mas o que mais tem sido notado é o interesse sobre a tecnologia.
“As usinas e produtores estão com bastante medo de fazer o plantio de forma manual e meiosi, porque não querem mais se envolver com mão de obra, principalmente se não for própria. Por isso, as pessoas estão nos procurando muito para saber de preço e como está a tecnologia da plantadora”, disse em entrevista à RPAnews.
Plantio Manual
A taxa de multiplicação no plantio manual, mesmo mostrando queda em relação aos anos anteriores, continua sendo mais alta segundo Censo do IAC, de 7,4, se comparado com o plantio mecanizado, que é de 4,3. Isso, de acordo com Rubens Braga Junior, pesquisador do IAC responsável pelo Censo IAC, ocorre devido a questões tecnológicas.