Banco Central estuda acabar com rotativo do cartão de crédito

Modalidade é conhecida pelos altos juros, que chegaram a 437% ao ano

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Campos Netos participou de uma sessão plenária no Senado Federal para explicar decisões de política monetária

Campos Netos participou de uma sessão plenária no Senado Federal para explicar decisões de política monetária

11deAgostode2023ás10:38

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, afirmou que estuda o fim do crédito rotativo de cartão de crédito. Essa é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com juros que chegaram a 437,3% ao ano em junho.

O rotativo é o crédito contratado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após este período, as instituições financeiras parcelam a dívida. No caso do cartão de crédito parcelado, os juros ficaram em 196,1% ao ano em junho.

Campos Neto disse que, em até 90 dias, o BC deve apresentar uma solução para o “grande problema” que é o cartão de crédito. E a solução que está se encaminhando é o fim do rotativo, com o crédito indo direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês. 

“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”, explicou em sessão plenária no Senado Federal.

O presidente do Banco Central afirma que cartão de crédito hoje representa 40% do consumo no Brasil.