Banco Central estuda acabar com rotativo do cartão de crédito
Modalidade é conhecida pelos altos juros, que chegaram a 437% ao ano
|Campos Netos participou de uma sessão plenária no Senado Federal para explicar decisões de política monetária
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, afirmou que estuda o fim do crédito rotativo de cartão de crédito. Essa é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com juros que chegaram a 437,3% ao ano em junho.
O rotativo é o crédito contratado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após este período, as instituições financeiras parcelam a dívida. No caso do cartão de crédito parcelado, os juros ficaram em 196,1% ao ano em junho.
Campos Neto disse que, em até 90 dias, o BC deve apresentar uma solução para o “grande problema” que é o cartão de crédito. E a solução que está se encaminhando é o fim do rotativo, com o crédito indo direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês.
“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”, explicou em sessão plenária no Senado Federal.
O presidente do Banco Central afirma que cartão de crédito hoje representa 40% do consumo no Brasil.