Quais os efeitos do El Niño no Brasil?

Fenômeno deve se manter até o fim deste ano no País, diz Inmet

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Em razão dos fortes temporais, o Lago Guaíba, em Porto Alegre, subiu mais de 3 metros e transbordou, alagando ruas e avenidas. (Foto - Gustavo Mansur/ Divulgação)

Em razão dos fortes temporais, o Lago Guaíba, em Porto Alegre, subiu mais de 3 metros e transbordou, alagando ruas e avenidas. (Foto - Gustavo Mansur/ Divulgação)

02deOutubrode2023ás10:05

Nas últimas semanas, muitos brasileiros sentiram os efeitos das mudanças climáticas.

Algumas regiões observaram os termômetros das cidades atingirem marcas recordes acima de 40ºC por causa de uma onda de calor escaldante. No Rio Grande do Sul, temporais inundaram centenas de municípios e provocaram 50 mortes. Por outro lado, o Amazonas pede por água diante de uma das secas mais severas do Rio Negro.

Afinal, por que cada região do país está enfrentando situações climáticas diferentes? O que está acontecendo é explicado pelos efeitos do fenômeno El Niño.

O fenômeno ocorre quando as águas do Pacífico, próximas à Linha do Equador, passam por um aquecimento acima do normal por um período de no mínimo seis meses. Ele altera a formação de chuvas, a circulação dos ventos e a temperatura e impacta de forma diferente as regiões da América do Sul, consequentemente do Brasil, como informa o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).


Chuvas no Sul

Um dos efeitos de El Niño é o aumento de chuvas no Sul do país. Isso porque há uma grande circulação de ventos, que acaba interferindo no movimento de outros ventos, impedindo o avanço de frentes frias pelo território brasileiro. Com isso, as frentes ficam estacionadas por mais tempo na Região Sul, diz o Inmet.

Um boletim, divulgado em setembro, revela que as chuvas no Rio Grande do Sul chegaram a aproximadamente 450 milímetros, de 1º a 19 de setembro, quando a média histórica no estado varia de 70 mm a 150 mm.

Para outubro, novembro e dezembro, a tendência de chuvas acima do normal na região permaneça.

“Nos primeiros 19 dias de setembro, a precipitação acumulada está acima da média em todo o estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, nos demais estados do país, há um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm abaixo da média histórica na Região Norte. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Já a previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do país”, diz o relatório produzido pelo Inmet.