Tonelada de CO2 a US$ 20 é mais rentável que pecuária na Amazônia, diz estudo
Preservação e regeneração da floresta podem gerar US$ 960 bilhões em 30 anos
Amazônia tem 9% do PIB brasileiro e 50% das emissões de gases de efeito estufa. (foto - divulgação)
Quanto deveria custar a tonelada "fixada" de CO2 para a preservação da floresta amazônica ser mais rentável que a pecuária?
Para responder essa pergunta, os economistas José Alexandre Scheinkman e Juliano Assunção fizeram o estudo “O carbono e o destino da Amazônia”, que concluiu: US$ 20 por tonelada de CO2 (cerca de R$ 100).
A cifra leva em conta o nível de produtividade atual da pecuária no bioma, que está bastante abaixo da média nacional, e o valor que deveria ser pago no mercado internacional por captura do gás de efeito estufa pela restauração florestal.
"O preço de US$ 20 por tonelada de carbono capturado liquidamente pelo bioma Amazônia faria com que o restauro florestal via regeneração natural se torne mais rentável do que a pecuária em praticamente toda a região”, dizem os pesquisadores.
No primeiro semestre de 2023, o preço médio do mercado europeu foi aproximadamente US$ 90 por tonelada de C02.
O carbono analisado é o de restauração florestal, que consiste em captura líquida de carbono como aqueles negociados nos mercados regulados de carbono.
Mercado de carbono fragmentado
Segundo os autores, mecanismos associados ao pagamento por redução de desmatamento tendem a ter valores de carbono mais baixos. Mesmo assim, os economistas alertam que o atual status do mercado de carbono ainda “incentiva” o desmatamento.