Produtores de leite pressionam por medidas de apoio ao setor na Câmara

Concorrência com leite em pó do Mercosul é a principal reclamação

|
Setor reforçou uma lista de medidas que podem ser adotadas para frear a entrada do leite dos países do prata

Setor reforçou uma lista de medidas que podem ser adotadas para frear a entrada do leite dos países do prata

11deOutubrode2023ás11:07

Representantes dos produtores de leite ressaltaram sua indignação com a concorrência desleal com o leite em pó vindo da Argentina e do Uruguai durante audiência pública promovida pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados. O encontro foi realizado ontem (dia 10) e os produtores voltaram a cobrar medidas urgentes de apoio para o setor.

Segundo o presidente das Associações Empresariais de Santa Catarina, Sérgio Rodrigues, o setor está passando por grandes dificuldades, fazendo com que os produtores migrem para outras atividades como forma de sobreviver.

“Santa Catarina tinha, na década de 90, 75 mil famílias produtoras. Hoje são 24 mil. Essa é aquela famosa história da morte lenta”, afirmou Rodrigues.

O representante do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindlat-RS), Darlan Palharini, lamentou que atualmente o Brasil esteja em segundo lugar na importação de leite, enquanto a produção nacional diminuiu quase 2% de 2020 para 2021 e continua diminuindo.

Medidas

Palharini reforçou uma lista de medidas que podem ser adotadas para frear a entrada do leite dos países do prata, dando fôlego para a produção interna. A primeira delas, uma mudança na incidência de PIS/COFINS com aumento do crédito presumido para 100% na compra de insumos, perfazendo R$ 0,1179 de crédito por litro.

“Este valor seria em crédito fiscal do Governo, e as indústrias de laticínios injetariam o recurso diretamente na economia por meio do pagamento ao produtor com efeito multiplicador de R$ 3 para cada R$ 1 aplicado na atividade leiteira”, explica.