COP28: países terão que prestar conta sobre o aquecimento global

Agro brasileiro vai reafirmar compromisso e se posicionar em Dubai

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Cúpula em Dubai avaliará as contribuições contra o aumento da temperatura na terra. (Foto-Ag. Brasil)

Cúpula em Dubai avaliará as contribuições contra o aumento da temperatura na terra. (Foto-Ag. Brasil)

30deNovembrode2023ás09:50

“A COP 28 faz uma revisão do que foi proposto nas edições passadas e verifica como cada país tem evoluído. Ela é uma prestação de contas de cada país”. A frase é do professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Côrtes sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) que começou hoje (dia 30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O encontro, que reúne representantes de cerca de 200 países e 70 mil pessoas, deve apresentar, pela primeira vez, um balanço global de como cada país está atuando para cumprir com o Acordo de Paris, quando as nações se comprometeram a limitar o aumento da temperatura da terra a 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. 

Pela primeira vez desde o Acordo de Paris, serão avaliadas as contribuições dos países para a redução do aquecimento da terra. De acordo com Côrtes, os acordos climáticos não punem os países que não os cumprem. 

É como se fosse um puxão de orelha só. Dizem: ‘vocês poderiam ter reduzido mais e não o fizeram’, e os representantes do país vão tentar explicar os motivos, mas o que a gente verifica é que países como Estados Unidos e China acabam não abraçando essas causas tanto quanto poderiam e deveriam”, destacou. 

Compromisso

Outra expectativa é a da reafirmação do compromisso assumido pelos países de manter a meta de aumento da temperatura em 1,5ºC em comparação aos níveis pré-industriais. A diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil, Karen Oliveira, ressaltou que existe um risco de essa meta ser revista. 

“Infelizmente, este é um debate que está na mesa. Às vezes, os próprios textos das discussões sobre o clima usam o termo 'preferencialmente' ao citar a necessidade de não passar a meta de 1,5ºC. Mas nós sabemos que não é uma questão de preferência, é uma questão obrigatória frente as consequências danosas das mudanças do clima”, afirmou.