Nenhuma das maiores empresas de suínos têm nota A em bem-estar animal

Contudo, relatório vê avanços sobre uso de gaiolas de gestação, procedimentos dolorosos e aplicação indevida de antibióticos

|
Em 2023, BRF, JBS e Pamplona ficaram em primeiro lugar no ranking. (foto - divulgação)

Em 2023, BRF, JBS e Pamplona ficaram em primeiro lugar no ranking. (foto - divulgação)

18deDezembrode2023ás16:49

A ONG Sinergia Animal apontou melhorias, mas não classificou nenhuma das maiores empresas brasileiras produtoras de suínos na categoria A quanto ao bem-estar animal.

Em 2021, um estudo realizado pelo Instituto Datafolha e a organização Fórum Animal revelou que 88% dos consumidores brasileiros se importam com o bem-estar animal na produção de alimentos.

O relatório “Porcos em Foco: Monitor da Indústria Suína Brasileira” classifica as nove principais companhias do segmento quanto suas políticas de bem-estar animal, analisando o progresso do setor para acabar com práticas que causam sofrimento animal.

Os questionários foram respondidos pelas empresas Pamplona, BRF, JBS, Pif Paf, Alegra, Master, Aurora, Alibem e Frimesa e tratam de critérios como gaiolas de gestação para porcas, o uso indevido de antibióticos e procedimentos dolorosos (castração e cortes de cauda, dentes e orelhas).

Das nove empresas, seis tiveram evolução em suas notas, nomeadamente, a BRF, JBS, Master, Pif Paf, Alegra e Alibem. Segundo a ONG, alguns dos principais avanços foram os novos compromissos da BRF e da JBS.

Quais são os critérios de bem-estar animal na criação de porcos?

  • Banir o uso contínuo de gaiolas de gestação e adotar o “cobre e solta” em todas as unidades
  • Banir o uso contínuo de gaiolas de gestação em todas as unidades e adotar o cobre e solta em novas unidades
  • Banir o uso contínuo de gaiolas de gestação em todas as unidades, permitindo um sistema misto
  • Banir a castração cirúrgica
  • Banir o corte de dentes e permitir o desgaste de dentes somente em casos excepcionais
  • Banir o corte de orelhas
  • Banir o corte de causa
  • Banir o uso indevido de antibióticos

Gaiolas de gestação

As duas maiores produtoras de carne suína do Brasil – BRF e JBS - comprometeram-se em banir o uso contínuo de gaiolas de gestação em todas as unidades e migrar para o sistema de gestação coletiva em novas unidades até 2026.

Esta era uma política assumida somente pela Pamplona na primeira edição do relatório. Com isso, as três empresas empataram na primeira posição do ranking deste ano.