Como garantir a oferta global de frango frente à pandemia de influenza aviária?

Ricardo Santin, presidente da ABPA, assumiu o IPC diante do maior desafio da história do setor

"Vamos trabalhar para que não haja bloqueio do comércio, mantendo a segurança alimentar das pessoas", afirma Santin. (foto - Daniel Azevedo)

"Vamos trabalhar para que não haja bloqueio do comércio, mantendo a segurança alimentar das pessoas", afirma Santin. (foto - Daniel Azevedo)

19deDezembrode2023ás19:27

A avicultura mundial enfrenta um dos maiores desafios de sua história dada uma prolongada e disseminada pandemia de influenza aviária, que é fatal para as aves.

A também chamada gripe aviária já dizimou centenas de plantéis por todo o mundo, gerou barreiras comerciais e, por isso, ameaça a oferta global da proteína, uma das mais acessíveis e saudáveis para o ser humano.

Diante desse cenário, Ricardo Santin assumiu recentemente a presidência do IPC (International Poultry Council, Conselho Internacional da Avicultura, do inglês) com o desafio de garantir o suprimento internacional do produto.

O executivo é uma das maiores referências do setor no Brasil e, também, acumula o cargo de presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), onde atua desde sua fundação.

Talvez, o próprio sucesso da avicultura nacional também tenha ajudado a conduzir Santin à liderança do IPC. O Brasil já é o segundo maior produtor e o maior exportador de frango e nunca registrou casos da doença em granjas comerciais.

Confira a seguir a íntegra da entrevista que o Sr. Santin concedeu ao Agrofy News:

Santin, como é ser o primeiro brasileiro a presidir IPC?

É uma honra muito grande estar lá no IPC representando a indústria mundial de aves e do frango, que é a segunda proteína mais consumida do mundo. Inclusive, todo mundo já sabe que, segundo as projeções da FAO e USDA, o frango vai ser a proteína mais consumida em um futuro próximo por ser uma das mais acessíveis.

Estar lá com 27 países e 50 das grandes indústrias do setor, que representam 80% da produção, é uma honra e uma responsabilidade muito grande. Especialmente por continuar o bom trabalho que foi feito pelo de Robin Horel e Jim Sumner, um dos Estados Unidos e outro do Canadá, que me antecederam.

O objetivo é fortalecer a instituição, fortalecer sua presença como a voz da indústria avícola no mundo.

O que significa continuar o bom trabalho?

Basicamente, a gente conseguiu construir grupos virtuais de trabalho, além da realização de um encontro anual que neste ano vai ser na Argentina de 6 a 8 de maio. Nestes grupos eletrônicos de trabalho estamos em comunicação constante sobre comércio, uso prudencial de antimicrobianos e temas que são comuns ao mundo inteiro.

Os debates perpassam as fronteiras com todos voltados a cuidar e melhorar a produção.