Milei enfrenta greve geral na Argentina 45 dias após assumir presidência

Apesar de condenar as “retenciones”, agro argentino está a favor do mandatário

Multidão de grevistas já se reunia em frente ao Congresso da Argentina nesta manhã. (foto - Agrofy News Argentina)

Multidão de grevistas já se reunia em frente ao Congresso da Argentina nesta manhã. (foto - Agrofy News Argentina)

24deJaneirode2024ás13:06

A Argentina enfrenta, nesta quarta-feira, uma greve geral contra a “Lei Ônibus” e o “Decretaço” anunciados pelo presidente Javier Milei. No total, mais de 400 artigos da Constituição da República Argentina seriam revistos ou eliminados, criando uma espécie de estado de emergência.

A convocação da greve partiu da CGT (Confederação Geral do Trabalho) ainda no ano passado e teve adesão de diversos sindicatos, como ferroviários, taxistas, portuários, aeronáuticos, bancários e outros, com início previsto para o meio-dia de hoje.

Por exemplo, a paralisação já resultou no cancelamento de voos pelas companhias aéreas brasileiras, de acordo com levantamento no site da GOL e da Latam.

O sindicalismo na Argentina é muito forte desde ao menos os anos de 1940, período dos primeiros governos de Juan Domingo Peron, que inspira aos peronistas. Este grupo político inclui alguns dos últimos presidentes argentinos (Alberto Fernández, Néstor Kirchner e Cristina Kirchner), que são opositores do novo governo. 


Desse modo, a mobilização é a primeira queda de braço nas ruas do país, cerca de 45 após a posse do novo presidente “ultraliberal”.

Segundo informações da imprensa local, as manifestações são legais, mas o “protocolo antipiquete” permite apenas nas calçadas. Em outras palavras, os grevistas não poderão interromper o fluxo de ruas e avenidas.