O que a Argentina pode ensinar ao Brasil no mercado de amendoim?

Produto do país vizinho consegue preços mais altos no mercado europeu

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O que a Argentina pode ensinar ao Brasil no mercado de amendoim?
27deMarçode2024ás11:23

O World Peanut Meeting, realizado na semana passada em Córdoba, na Argentina, contrastou os modelos das cadeias de amendoim brasileiro e argentino, especialmente no comércio exterior.

Apesar do consistente crescimento do setor no Brasil, que elevou as exportações em 33% entre 2019 e 2023, a Argentina obtém margens muito superiores pelo seu produto em mercados premium, como paises da Europa.

Contudo, a Argentina concentra suas vendas de amendoim em grãos para a Europa, de maior valor agregado, representando significativos 62% de suas exportações totais.

Por outro lado, o Brasil direciona a maior parte de suas exportações (70%) para mercados com preços menores, como China, Rússia e Argélia. Essa diferença é atribuída, principalmente, à maior exigência dos mercados europeus em relação ao manejo e a qualidade.

Entre os pontos relevantes, está o melhor controle de pesticidas e de aflatoxinas no país vizinho.

De acordo com Rodrigo Chitarelli, diretor presidente da CRAS Brasil, o mundo está muito mais criterioso e atento à qualidade. “Para aproveitar todo o potencial do mercado global de amendoim, é fundamental melhorar o relacionamento entre os produtores e apresentar um controle mais eficiente dos defensivos agrícolas no Brasil”, disse.

Segundo ele, o Brasil tem condições inclusive mais favoráveis que a Argentina, com possibilidade de expansão de áreas e um clima propício, mas é preciso aprimorar as práticas de plantio para competir em mercados de maior valor agregado, aumentando assim as margens na operação.

A CRAS Agro é líder nacional na exportação de óleo de amendoim e já trabalha com produtores que realizam um controle eficiente dos defensivos agrícolas, o que permite à empresa acessar mercados exigentes, como o chinês e o italiano.