De Jeca Tatu a empresário global: figura do produtor rural se refez desde Monteiro Lobato

Nesse dia, em 1882, nascia o escritor, considerado o pai da literatura infantil brasileira

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De Jeca Tatu a empresário global: figura do produtor rural se refez desde Monteiro Lobato
18deAbrilde2024ás14:07

Hoje, 18 de abril, é comemorado o "Dia Nacional do Livro Infantil". A data foi escolhida para exaltar a literatura infantil nacional. Isso porque, nesse dia, em 1882, nascia o escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira.

Além dos famosos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, o escritor ficou famoso por criar o Jeca Tatu, um personagem que nasceu miserável, preguiçoso e ignorante no meio de rural, além de ser ignorado pelo poder público. No fundo, era uma crítica social que o escritor fazia para a época.

O personagem nasceu pela primeira vez em um artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo em 1914. Porém, ganhou holofote no cinema.

A comédia "Jeca Tatu" (1959) é um clássico da filmografia do ator, produtor, cineasta e humorista Amácio Mazzaropi. O roteiro do filme é baseado no personagem homônimo de Monteiro Lobato.

O filme retrata Zeca, vivido por Mazzaropi, como um caipira preguiçoso e simplório que vive num sítio na zona rural do interior de São Paulo com sua mulher, filha adolescente e dois meninos pequenos. Em dívida no armazém da cidade, ele aceita dar pedaços de sua terra para pagar as dívidas.

Na história dirigida por Milton Amaral, o ator interpreta um roceiro bem preguiçoso. O filme retrata, além da figura do homem rural, a ganância de latifundiários, reforma agrária


Em entrevista para a Agência Brasil em 2022, a pesquisadora Soleni Fressato, afirmou que entre as décadas de 1950 e 1970, de avanço da industrialização no Brasil, o personagem valoriza o meio rural. “O caipira que Mazaroppi representa sai desse meio rural e vai pra cidade e ele não se transforma na cidade. Ele continua com seus valores caipiras e isso que dá força pra ele enfrentar a vida urbana”.

Já em 2017, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Beatriz Resende afirmou ao Globo Rural, que Monteiro Lobato depois reviu a figura do Jeca Tatu ao entrar em contato com pesquisas.