Número de mortos sobe para 83 e RS vê frigoríficos colapsados e lavouras alagadas

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Número de mortos sobe para 83 e RS vê frigoríficos colapsados e lavouras alagadas
06deMaiode2024ás10:38

O pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul já afetou 850.422 pessoas em 345 cidades. O boletim mais recente da Defesa Civil - divulgado às 9h de hoje (dia 6) - indica que há 83 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 276 e há 111 desaparecidos, além de 121.957 desalojados e 19.368 em abrigos.

A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical.

As consequências da tragédia continuam a ser contabilizados e os números ainda vão subir. O agro gaúcho foi severamente atingido e pelos relatos vai demorar para se reerguer.

Cadeias produtivas atingidas

Segundo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, as chuvas vão impactar as cadeias produtivas da agropecuária, principalmente de aves e suínos. Isto porque os animais não conseguem chegar nos frigoríficos.

“Estamos acompanhando o impacto nas cadeias produtivas, porque os animais não chegam, o frigorífico foi também atingido, colapsado. Isso atinge a vida dos trabalhadores naturalmente, mas tem uma questão de abastecimento também. Então, ações vão ter que ser empreendidas nessa área. O impacto na indústria, por insumos que não chegarão, ou as empresas que fornecem e que foram atingidas, paralisações nas plantas industrias, que vão exigir medidas econômicas”, ressaltou o governador.

Leite advertiu para o risco de desabastecimento e de colapso em diversas áreas, por causa da interdição do Aeroporto Salgado Filho, dos bloqueios e destruições em rodovias e da falta de energia e água em diversas localidades.

“Serão necessárias medidas de apoio para reconstrução das unidades de produção agropecuária por conta da questão do abastecimento”, continuou Leite.

Segundo informações repassadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária na última sexta-feira, pelo menos dez frigoríficos do estado paralisaram totalmente os abates, na maioria de aves e suínos, e uma unidade cancelou os trabalhos.